Moradores de rua aproveitam a falta de atividades
no local para dormirem em frente ao prédio (Foto:
Letícia Macedo/ G1)
O Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico de São Paulo (Conpresp) negou o pedido de tombamento do prédio do Cine Belas Artes, na capital paulista. Para o conselho, o tombamento pelo uso seria "inconstitucional" porque não há previsão legal para isso - o órgão nem levou adiante a votação.
Localizado na Rua da Consolação, quase esquina com a Avenida Paulista, o imóvel do cinema, fechado desde março, estava "congelado" desde janeiro, aguardando a decisão do órgão. A maioria dos conselheiros acatou integralmente o parecer da Procuradoria Geral do Município, amplamente desfavorável ao tombamento do Belas Artes.
Entre outros argumentos, o documento sustenta que o edifício não tem relevância arquitetônica para ser preservado e o uso dele como cinema não poderia ser garantido pelo tombamento. O entendimento do Departamento de Patrimônio Histórico da Prefeitura, porém, foi diferente: o órgão atribuiu ao cinema um valor "referencial, simbólico e afetivo", argumentando que representava parte da sociedade.
O coordenador do Movimento Belas Artes, Beto Gonçalves, diz estar surpreso com a decisão: o tombamento não estava na pauta do Conpresp. A Secretaria Municipal de Cultura diz que assuntos não apreciados em uma reunião podem ser "automaticamente transferidos" à subsequente.
"O processo do Belas Artes tomou uma rapidez diferente", diz o vereador Adilson Amadeu (PTB), um dos conselheiros. Para a arquiteta Nádia Somekh, "agora é pensar no futuro e reforçar as políticas de preservação de cinema de rua". Fábio Luchesi, advogado do empresário Flávio Maluf, dono do prédio, afirmou nesta terça-feira (27) que o imóvel deve ser alugado a uma loja o quanto antes.
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