A empresa responsável pela obra que teria causado o afundamento de parte da Rua Augusto Viana de Castelo, no Imirim, Zona Norte de São Paulo, terá que construir um muro de contenção no terreno onde a terra cedeu e será responsável por fazer os reparos na calçada e no asfalto. Segundo informou José Antonio Siqueira, coordenador da Defesa Civil Municipal, nesta sexta-feira (21), a empresa já foi notificada e o engenheiro responsável pela obra prometeu que tudo ficará pronto em até 30 dias.
Enquanto isso, os trabalhos da construtora terão que ficar parados. Eles cavaram muito próximo do muro. A galeria pluvial pode ter cedido, não temos certeza ainda. Tem uma infiltração na rua que pode ter colaborado também. Mas o que levou a tudo isso foi a obra, afirmou Siqueira na manhã desta sexta-feira. Caso a galeria também tenha se rompido, o reparo será de responsabilidade da empresa.
Segundo os moradores, o problema começou no domingo (16), com pequenas rachaduras no asfalto. O coordenador da Defesa Civil, entretanto, afirma que só foi notificado na terça-feira (18). Na data, uma equipe da Prefeitura foi até o local e constatou a rachadura. Na quarta-feira (19) uma obra emergencial com asfalto na lateral de onde o piso cedeu foi feita para desviar a água da chuva.
De acordo com os moradores, o terreno passou a ceder mais ainda na quarta, e na quinta-feira (20) ocorreu a maior queda. Era esperado já, não tinha o que fazer, disse o coordenador da Defesa Civil. A rua onde o asfalto cedeu e a via onde era realizada a obra são paralelas e ficam em um terreno inclinado. Ambas são planas, mas ficam em alturas diferentes a obra fica abaixo da rua afetada. Na terça, o muro que envolvia o terreno ficou inclinado e os funcionários da obra o derrubaram por segurança. No local será construído um prédio de 13 andares, incluindo os pisos de garagem.
Cinco casas ficam bem próximas à área onde o asfalto afundou uma ao lado e as outras em frente. Segundo a Defesa Civil, não foi constatado nenhum risco para os imóveis, que estão liberados. A rua foi parcialmente interditada veículos pesados não podem passar e apenas o tráfego de carros é permitido. A rua é residencial e calma, sem muito trânsito.
Medo
Apesar de a Defesa Civil dizer que não há riscos, as famílias estão com medo. A vendedora Julien Haupt, de 32 anos, diz que a rotina da família se resume desde o início da semana a monitorar o buraco. A gente está com medo de as casas irem embora. Com a chuva a terra é levada, só vai ficar o asfalto. A gente parou de trabalhar, de viver, porque só ficamos cuidando do buraco. A gente não trabalha, não dorme direito, com medo das chuvas, afirmou ela.
A vendedora reclama da demora da Defesa Civil em chegar à rua, e critica a construção de um prédio no terreno onde ocorreu o problema.
De acordo com a Defesa Civil, a Prefeitura irá monitorar a área e o trabalho da empresa nos reparos. Por enquanto, não foi verificado nenhum indicador de que o asfalto possa ceder mais.
Nenhum responsável pela empresa que realiza as obras no terreno foi localizado para comentar o assunto até as 10h desta sexta-feira.
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