Cooperativa da Feira dos Importados é investigada por sonegação fiscal

Cooperativa da Feira dos Importados é investigada por sonegação fiscal

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:39

Em operação realizada nesta quarta-feira (8), a Receita e a Polícia Federal apreenderam , na cooperativa da Feira dos Importados, em Brasília, 158 caixas contendo produtos como notebooks, tablets, celulares, filmadoras e pen drives. Os eletrônicos, avaliados pela Receita Federal em R$ 1 milhão, não são piratas. A suspeita é de sonegação fiscal. A Receita chegou aos equipamentos depois de ver os produtos chineses anunciados no site da cooperativa. Nos registros de importação, porém, não foi localizada nenhuma operação em nome dos feirantes.

A cooperativa apresentou uma nota fiscal de uma empresa de importação. A descrição dos eletrônicos coincide com uma compra realizada pela importadora, mas os valores são diferentes. A importadora comprou os produtos por R$ 320 mil e os teria revendido à cooperativa por R$ 670 mil, mais que o dobro. A margem de lucro seria exagerada, segundo a Receita.

Outro problema identificado pela Receita Federal é falta de números de série, obrigatórios para alguns produtos. A ausência desse dado faz a autoridade fiscal precisar investigar se os produtos comprados pela importadora são os mesmos que estavam na cooperativa. A Receita Federal analisa ainda se os produtos foram subfaturados durante o processo de importação e se houve ocultação da verdadeira compradora, a cooperativa dos feirantes.

"Estamos investigando se a importadora foi utilizada como laranja. Solicitamos à cooperativa os registros contábeis dessas transações para investigar se a cooperativa agiu ou não de boa fé”, explicou o inspetor-chefe da Alfândega, Wagner Wilson de Castro, que calcula que a sonegação reduz os impostos devidos em até de 73%.     Feirantes temem que os eletrônicos tenham sido comprados com dinheiro da taxa que todos pagam à cooperativa. A cooperativa nega que isso tenha acontecido e diz que tudo foi comprado com o lucro da administração de estacionamentos e quiosques.

O diretor comercial da cooperativa dos feirantes, Geraldo Costa, disse que essa foi a primeira vez que a cooperativa importou mercadoria e fez isso por meio da importadora porque teve o registro na Receita negado no ano passado.

Segundo ele, a intenção é comprar produtos mais baratos que os de marca, repassá-los aos feirantes que iriam revendê-los. “A ideia é criar uma central de compras, sendo que essas compras seriam realizadas pela cooperativa, atendendo a todos os cooperados, de forma coletiva. Assim, poderíamos ter uma negociação de grandes volumes de mercadoria, trazendo para os feirantes um preço mais baixo. A mercadoria também poderia ser vendida a preços mais em conta”, explicou Costa.          

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