O Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio (Crea-RJ) apresentou nesta quarta-feira (26) um relatório que sugere medidas de curto prazo até o próximo verão, para que novas tragédias naturais sejam evitadas. O relatório foi elaborado logo após a chuva que atingiu toda a Região Serrana do Rio. Entre as medidas, estão obras de barragens e de contenção da velocidade da água.
Se as prefeituras cumprissem as leis brasileiras, 80% das vidas daquelas regiões não teriam sido perdidas. Não é mais suportável ter a certeza que a cada verão perderemos vidas. A sugestão é que obras emergenciais, de curto prazo, e até relativamente baratas, sejam feitas até o próximo ano, afirmou o presidente do Crea-RJ, Agostinho Guerreiro.
Ainda de acordo com Guerreiro, engenheiros voluntários estão indo até os locais de risco para fazer a avaliação estrutural de casas. O relatório elaborado pelo conselho com sugestões para que catástrofes possam ser amenizadas foi entregue aos prefeitos de Nova Friburgo e Teresópolis na última semana.
Prefeituras anteriores, de 20 anos atrás, não tinham planejamento, equipes técnicas e permitiram construções em áreas de risco, o que contribui muito para uma tragédia. Afinal, a maioria das mortes foi causada por desmoronamentos ou excesso de água, afirmou Guerreiro.
Obras de curto prazo
Segundo o conselho, após a tragédia na Região Serrana ficou claro que não existem planos de contingência efetivos para enchentes e deslizamentos de encostas nos municípios afetados.
Entre as medidas sugeridas pelo Crea, estão obras de pequeno porte, como contenção de encostas e pequenas barragens no topo dos afluentes. Segundo o Conselho, essas obras não exigem grandes gastos ou aparatos para serem realizadas. O relatório sugere também que devem ser realizados monitoramentos ambientais permanentes das bacias hidrográficas dos rios da Região Serrana, incluindo medições pluviométricas, levantamento do uso e ocupação do solo para dar subsídios à execução de um sistema de alerta à população quando existir a possiblidade de fortes chuvas.
"No verão que vem teremos novas catastrofes, só não sabemos aonde", afirmou Guerreiro.
Aquecimento global
Segundo o presidente do Crea, apesar do aquecimento global contribuir para o aumento de tragédias naturais, não se pode associar o número de mortos da Região Serrana a esse efeito.
Aqueles que colocam a culpa apenas no fenômeno natural estão prestando um desserviço ao comportamento dos órgãos públicos. Se a água que caiu tivesse encontrado um planejamento, uma contenção, a tragédia teria sido bem menor, afirmou Agostinho.
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