Defesa de ex sugere que Mércia possa ter sido morta por traficante

Defesa de ex sugere que Mércia possa ter sido morta por traficante

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:19

Mais de um dia após o tenso depoimento do advogado e policial militar aposentado Mizael Bispo de Souza no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em São Paulo, o clima continua "quente" entre a acusação e a defesa do ex-namorado e ex-sócio de Mércia Nakashima, apontado como o principal suspeito pelo assassinato da advogada.

Os defensores de Mizael, que nega o crime, afirmaram ao G1 que Mércia pode ter sido morta por um traficante, já que eles têm informações de que a advogada foi vista em um ponto de tráfico de drogas em Guarulhos, na Grande São Paulo, antes do dia 23 de maio, quando desapareceu

Mais de um dia após o tenso depoimento do advogado e policial militar aposentado Mizael Bispo de Souza no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em São Paulo, o clima continua "quente" entre a acusação e a defesa do ex-namorado e ex-sócio de Mércia Nakashima, apontado como o principal suspeito pelo assassinato da advogada.

Os defensores de Mizael, que nega o crime, afirmaram ao G1 que Mércia pode ter sido morta por um traficante, já que eles têm informações de que a advogada foi vista em um ponto de tráfico de drogas em Guarulhos, na Grande São Paulo, antes do dia 23 de maio, quando desapareceu. Ainda segundo um dos advogados do suspeito, Ivon Ribeiro, outra possibilidade é a de o assassino dela ter sido a mesma pessoa que semanas antes depredou o seu antigo carro, um Xsara. Em seguida, Mércia trocou de carro e adquiriu um Honda Fit prata, que foi localizado submerso numa represa em Nazaré Paulista, no interior do estado, em 10 de junho. Um dia depois, o corpo da vítima foi localizado no mesmo local. Para a perícia, ela morreu afogada no mesmo dia em que sumiu.

De acordo com Ivon Ribeiro e o outro advogado de Mizael, Samir Haddad Júnior, as suspeitas acima têm de ser investigadas pela Polícia Civil. Os dois afirmam que levaram as informações ao conhecimento do delegado do caso, Antonio de Olim, do DHPP, e que ele demonstrou interesse em apurar as denúncias.

“Uma pessoa nos contou que Mércia foi vista num ponto de tráfico. Isso não significa que ela seja usuária, mas pode ser que sim ou até que não, também pode ter ido se encontrar com um cliente lá perto. Mizael já adiantou que ela não fumava, era careta e não usava drogas. Independentemente disso, essa informação precisa ser investigada. Demos até o nome do suspeito que teve contato com ela para a polícia, o apelido dele é ‘Vampirinho’”, disse Ribeiro.

O que leva a defesa de Mizael a insistir para que a polícia apure a probabilidade de ela ter sido morta por um traficante é o fato de ‘Vampirinho’ já ter sido preso antes por diversos crimes. “Esse ‘Vampirinho’ parece que já foi morto. Mesmo assim, espero que a denúncia seja investigada. Alguém matou essa menina. Se não foi o Mizael, quem foi?”, disse Haddad Júnior.

Em relação ao outro suspeito de matar Mércia, segundo a defesa, ele pode ser a mesma pessoa que depredou um antigo carro da advogada quando ela o deixou num estacionamento do condomínio de um dos seus irmãos.

“Danificaram um Xsara que ela tinha. Depois, o carro foi mandado para arrumar e Mércia acabou ficando com um Honda Fit que era de uma parente dela”, disse Ribeiro.

Não é a primeira vez que a defesa apresenta outras linhas de investigação sobre prováveis suspeitos de matar Mércia para que a polícia apure. Logo no começo dos trabalhos policiais, citaram o nome de um ex-cliente da advogada, suspeito de tê-la ameaçado. Ele foi ouvido e descartado como suspeito por Olim.

Ministério Público

O Ministério Público criticou a postura da defesa de Mizael em querer sugerir novas possibilidades de supostos envolvidos no crime. O promotor Rodrigo Merli Antunes afirmou que durante o depoimento de Mizael, na terça, no DHPP, os advogados do suspeito e ele próprio sugeriram que Mércia era “viciada” em drogas. “Já levaram a vida da vítima, querem agora levar sua honra”, declarou Merli Antunes. Procurados novamente para comentar o assunto, os advogados de Mizael negaram ter dito que Mércia era “viciada”.

Independentemente disso, o DHPP deverá concluir o inquérito do caso Mércia até o início da próxima semana. Já é sabido que Olim irá pedir a prisão preventiva de Mizael para que ele fique preso até um eventual julgamento.

Além do ex, o vigia Evandro Bezerra Silva, também é acusado de matar a advogada. Ele é suspeito de ter ajudado na fuga do policial militar aposentado, como chegou a declarar em depoimento. Na segunda-feira (19), no entanto, voltou atrás e afirmou numa carta ao G1 que isso jamais aconteceu e que acusou Mizael de matar Mércia por ciúmes porque foi torturado pela polícia de Sergipe. O órgão no Nordeste nega a agressão.

A Promotoria já adiantou que irá denunciar os dois suspeitos por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.

O advogado José Carlos da Silva, que defende Evandro, decidiu entrar com um habeas corpus contra a decretação da prisão temporária de seu cliente, que se encontra preso na carceragem de um distrito policial em Guarulhos. “Ele é inocente”, disse.

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