Um dentista que tinha um consultório em um dos prédios que desabaram no Centro do Rio foi autuado por calúnia e difamação na madrugada desta sexta-feira (27). Ele acompanhava o trabalho de remoção dos escombros e levantou a suspeita de que integrantes dos grupos de resgate possam ter desviado objetos encontrados nos escombros. Os bombeiros negam e dizem encaminhar os objetos das vítimas para a Polícia Militar.
O desentendimento entre o dentista e ocorreu durante a madrugada. Revoltado, o dentista tentou revistar um carro das equipes. "Está aqui. Abra e veja o que tem aí dentro. Vê se isso aí é dele. Que mais tem aqui dentro? Por que não estão separando os nossos pertences? Tem uma porção de coisas que estão levando escondido", disse o dentista.
O dentista foi conduzido para delegacia e foi autuado.
O coronel Ronaldo Alcântara, subcomandante do Corpo de Bombeiros do Rio, diz que os objetos de valor encontrados são entregues à Polícia Militar, para serem catalogados e devolvidos aos donos.
Segundo ele, na quinta-feira (26), celulares e outros pertences de vítimas e de pessoas que trabalhavam no local foram encontrados e retirados dos escombros.
Até o fim da madrugada desta sexta, seis corpos foram localizados. Segundo a Polícia Civil, quatro vítimas foram identificadas. São elas: Celso Reanato Braga Cabral, Cornélio Ribeiro Lopes, Margarida Vieira de Carvalho e Nilson de Assunção Ferreira.
Parentes também identificaram o corpo do catador de lixo Moiséis Moraes da Silva.
Investigação
A Polícia Civil abriu inquérito para apurar as responsabilidades do desabamento ocorrido na noite de quarta (25). Na quinta (26), o titular da 5ª DP (Mem de Sá), delegado Alcides Alves Pereira, ouviu sete testemunhas e dois policiais que prestaram socorro às vítimas logo após o colapso das estruturas.
Para o prefeito Eduardo Paes, a principal hipótese é que o desabamento tenha sido causado por um dano estrutural, já que não há informações sobre explosão ou vazamento de gás.
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) informou que obras "ilegais", sem registro no conselho ou na prefeitura, eram realizadas no prédio de 20 andares.
Na hora da tragédia, testemunhas disseram ter ouvido a estrutura do edifício estalar antes de ir ao chão.
Luto de três dias
O governador Sérgio Cabral decretou luto oficial de três dias no estado do Rio de Janeiro em memória dos mortos. De acordo com o governo do estado, o decreto será publicado no Diário Oficial do Estado desta sexta.
A assessoria de imprensa da Prefeitura informou que o município fará o mesmo.
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