'Denunciaria novamente', diz mulher que viu execução feita por PMs

'Denunciaria novamente', diz mulher que viu execução feita por PMs

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:48

A mulher que testemunhou uma execução cometida por policiais militares em um cemitério de Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo, vive hoje sob proteção policial, mas não se arrepende de seu ato. Em entrevista ao repórter Valmir Salaro, do Fantástico, ela contou que denunciaria novamente se necessário.

“Se tivesse que voltar o tempo atrás eu denunciaria novamente. Porque isso faz parte de mim. Fazer de conta que eu não vi nada não é minha postura. Não faz parte da minha vida e não foi aquilo que meu pai, que estava lá, me ensinou”, afirmou a mulher.

A testemunha tem 42 anos, é casada, tem três filhos e trabalha como professora da rede estadual. Ela deu entrevista por telefone e não quis ser identificada. “Eu tenho que preservar não só a minha vida, mas a vida dos meus filhos, a tranquilidade dos meus familiares”, disse.

Ela visitava o túmulo do pai quando viu os policiais atirando contra Dileone Lacerda de Aquino, de 27 anos. Ela ligou para o telefone 190, da PM, para fazer a denúncia. Depois, ainda confrontou os policiais. “Eu vejo ele vindo na minha direção. E aí, sinceramente, foram alguns instantes em que eu pensei assim: o que fazer? Então, antes que ele começasse a falar, foi aí que eu comecei a indagar”, disse a mulher. “Naquele momento a minha arma era o celular e fato de estar falando com a Polícia Militar.”

O policial tentou se justificar, dizendo que estava socorrendo o rapaz. Momentos antes, Dileone havia furtado uma van, foi seguido pela polícia e baleado na perna. Ele foi então levado pelos policiais ao cemitério, onde foi executado. “Eu não sei se era um ladrão, eu não sabia quem era, mas eu sei que aquilo não era para ser feito. Era uma pessoa que estava sendo executada”, afirmou a testemunha.

Após o ocorrido, em março, ela passou a contar com a proteção da polícia. “Desde aquele momento a policia tem dado suporte para mim, tem dado apoio”, contou. Os dois policiais foram presos em flagrante logo depois do crime. Eles responderão por homicídio e devem serão expulsos da PM.      

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