Deputado recolhe assinatura para abertura da CPI da pedofilia em SP

Deputado recolhe assinatura para abertura da CPI da pedofilia em SP

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:32

Prisões e indignação foram a tônica da primeira reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da pedofilia que aconteceu nos dias 12 e 13 de junho na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, sob o comando dos senadores Magno Malta (PR-ES) e Romeu Tuma (PTB-SP), presidente e vice-presidente da comissão, respectivamente. A comissão foi criada no Senado com a finalidade de investigar e apurar a utilização da internet para prática de crimes de pedofilia e a ligação destes usuários com o crime organizado.

Com articulações do deputado José Bruno (DEM), a CPI chegou a São Paulo para apurar e ouvir pessoas ligadas a supostas redes de crimes contra crianças originados no estado. A convite do senador Magno Malta, o diretor de Relações Internacionais do UOL, Gil Torquato, trouxe à comissão esclarecimentos sobre as atividades da empresa nas salas de bate-papo, onde os pedófilos estabelecem contatos e aliciam crianças e adolescentes. De acordo com o diretor, o UOL tem cerca de 300 mil usuários nestas salas virtuais e, apesar da dificuldade de controle, o portal vem se aprimorando para facilitar o acesso aos links que recebem denúncias.

Os números que envolvem esse tipo de crime têm se mostrado grandiosos. A quebra de sigilo do site de relacionamentos Orkut revelou uma grande quantidade de pessoas envolvidas na prática da pedofilia. Segundo o presidente da CPI do Senado, até agora já são mais de 600 envolvidos a partir de uma única pessoa. O portal SaferNet, especializado em receber denúncias, já registra mais de 126 mil comunicações de crimes na rede, sendo que, segundo Thiago Tavares, presidente da entidade, 40% são de crimes de pedofilia e 1.005 denúncias foram feitas por usuários do UOL.  

Para o deputado José Bruno, a situação é tão grave e perigosa que ele está propondo a instalação de uma CPI na Assembléia paulista para também apurar e investigar os crimes no âmbito do estado de São Paulo. "Vamos trabalhar de forma intensa e implacável contra esse crime, que tem crescido em nossa sociedade e escravizado jovens e crianças diariamente", afirmou.

Para o senador Malta, a pedofilia é a mãe dos crimes hediondos. Ele atribui aos pais a responsabilidade pelo acesso de seus filhos à web. "Em tempos de internet é preciso que pais e mães sejam responsáveis pelos seus filhos", alertou o senador, que informou que as idades das crianças variam. "São bebês com 30 dias de nascidos, crianças de 2, 4, 8 anos de idade". O senador informou ainda que a pedofilia não é um crime exclusivamente masculino. "Há mulheres que participam", declarou.

O deputado José Bruno, que precisa de 32 assinaturas para que a CPI seja instalada na Alesp, fez um pronunciamento no pequeno expediente conclamando os parlamentares a participarem dessa luta que, conforme declarou, "é de toda família, sociedade e cidadão".

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