O despreparo da tripulação levou ao naufrágio do navio canadense Concórdia, informa o portal do The Globe and Mail, de Toronto, no Canadá, nesta quinta-feira (29). O jornal diz que teve acesso ao relatório que investigou o acidente. A embarcação afundou no litoral do Rio de Janeiro, em 17 de fevereiro de 2010, com 64 a bordo. Ninguém morreu na ocasião.
Segundo o jornal, ao menos um integrante da tripulação, sem a formação necessária para reconhecer o perigo, colocou os passageiros e tripulação em risco e levou à perda do navio. O risco de o navio virar não foi percebido, disse Jonathan Seymor, do Conselho de Segurança no Transporte (TSB, na sigla em inglês).
De acordo com o relatório, o navio virou por falta de medidas adequadas de segurança, como por exemplo a redução da vela, mudança de curso ou até o fechamento de algumas escotilhas quando a embarcação inclinou ou mostrou instabilidade no mar.
Uma vez que o navio inclinou com escotilhas e vigias abertas, a recuperação foi impossível, disse o investigador Paulo Ekkebus. O TSB informou ainda que os procedimentos de segurança que constam no manual do barco, que oferece informações cruciais sobre a manipulação em condições de risco, não foram levados em conta.
O Concórdia virou e afundou a 550 km da costa do Rio, deixando 64 pessoas à deriva no mar. Um sinal de emergência foi ativado, mas mais de 30 horas se passaram até a chegada das equipes de resgate.
Todos foram resgatados com segurança por navios mercantes.
De acordo com o relato de estudantes, uma forte rajada de vento inclinou o navio. Depois de 30 minutos, a embarcação começou a afundar e os passageiros buscaram abrigo em balsas de emergência, amarradas ao navio.
William Curry, o comandante da embarcação, afirmou na época que acreditava que o naufráugio foi causado pelo fenômeno climático microburst, que segundo ele, seria um forte vento atingindo a parte superior do navio, onde ficam as velas.
Após o pedido de ajuda, os passageiros do Concórdia ainda ficaram 38 horas a espera de socorro. Um navio mercante japonês, que estava próximo ao local, foi quem garantiu os primeiros socorros. A Marinha Brasileira solicitou ajuda de uma aeronave da Força Aérea Brasileira para investigar o acidente.
Além do helicóptero da FAB, uma fragata da Marinha Brasileira e dois navios, ajudaram no resgate dos tripulantes.
Em setembro de 2009, o navio saiu do Canadá com jovens entre 16 e 21 anos de nove países. Passou pelo Reino Unido, Mar Mediterrâneo e África. Cruzou o Oceano Atlântico e chegou ao Recife em janeiro de 2010. No início de fevereiro, partiu em direção a Montevidéu.
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