A ministra-chefe da Casa Civil e pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, disse na manhã desta terça-feira (9) que o novo tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, tem direito de defesa sobre as denúncias de que teria desviado recursos da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários) para campanhas eleitorais do PT enquanto presidia a entidade.
E praticamente descartou a possibilidade de Vaccari ser o tesoureiro de sua campanha ao chegar ao Senado para uma sessão solene em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Ela afirmou que o PT deve manter na campanha deste ano duas tesourarias: uma do partido e outra da campanha.
- Nós tivemos nas últimas eleições uma opção de diferenciar as duas tesourarias, uma vez que a tesouraria do partido tem mais obrigações que a da campanha presidencial. A tendência é manter isso,
- Agora, acho que o Vaccari tem todo direito de defesa. Nós temos bastante clareza em defender os direitos das pessoas de se defenderem, antes de serem condenadas, acusadas e afastadas.
Ao comentar sobre a informação de que o PT pagará um salário para ela a partir de abril, quando estará fora do governo para se dedicar à campanha, Dilma disse que vai se licenciar das atividades de ministra e de economista.
- Não posso viver da brisa. Não sou rica, vou ter que ter um salário.
O PT já propõe há algum tempo que o tesoureiro do partido não acumule as contas da campanha. Mas, depois que o caso Bancoop voltou à tona, no último fim de semana, dirigentes da sigla procuraram afastar qualquer possibilidade de Vaccari exercer as duas funções. O MP calcula em ao menos R$ 100 milhões o montante desviado na entidade, ligada ao PT. Vaccari presidiu a cooperativa até fevereiro, quando deixou o cargo para assumir o posto de tesoureiro do PT. Para o advogado da Bancoop, Pedro Dallari, "é maluquice" a estimativa dos R$ 100 milhões.
Alguns sugeriram de imediato que as contas da eleição fiquem a cargo do ex-prefeito de Diadema José de Filippi Júnior, que ocupou o posto na campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006. Mas Filippi é candidato a deputado, o que levou a direção da legenda a escantear a sugestão. A única possibilidade de ele ficar com a vaga, dizem seus colegas de partido, é se ele abrir mão de concorrer a uma cadeira na Câmara.
Apesar de ter o endosso de parte da coordenação da campanha de Dilma, a proposta de trazer um executivo para a vaga não é consenso no PT. Parte dos dirigentes avalia que seria um tiro no pé colocar numa posição estratégica uma pessoa pouco familiarizada com trâmites de uma campanha eleitoral.
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