"A Empresa Brasileira de Comunicação e a TV Brasil não existem para criar empregos na área de jornalismo, como disse o candidato" A diretora-presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Tereza Cruvinel, rebateu nesta quarta-feira as declarações do presidenciável tucano, José Serra, que afirmou que o governo Lula patrulha a mídia . A EBC é a gestora da TV Brasil e demais veículos do Sistema Público de Comunicação, como a Agência Brasil.
"Estranho as declarações do candidato que, recentemente, participou de uma série de entrevistas com presidenciáveis na TV Brasil, confirmando a observância dos princípios de isenção, apartidarismo e isonomia na cobertura da campanha e dos candidatos, normas igualmente observadas em toda a programação da TV Pública, das emissoras públicas de rádio e pela Agência Brasil", afirmou Tereza Cruvinel em nota divulgada à imprensa.
No 8º Congresso Brasileiro de Jornais, da ANJ (Associação Nacional de Jornais), o ex-governador de São Paulo disse que "nos últimos três anos tem havido três modalidades no sentido de cercear essa liberdade [de imprensa]". Serra criticou ainda a criação da TV Brasil, segundo ele, "feita para não ter audiência", para "criar empregos" e servir como instrumento de propaganda do governo.
Na nota, a diretora afirma que "a EBC e a TV Brasil não existem para criar empregos na área de jornalismo, como disse o candidato". Tereza também afirma que não é o Governo ou um partido político que dita a orientação editorial dos canais. "As duas afirmações de Serra não correspondem à atuação dos canais públicos da EBC desde sua criação e durante o processo eleitoral, revelam desconhecimento da legislação específica e do esforço que vem sendo empreendido para realizar uma previsão constitucional", diz.
Governo repudia declarações
O ministro de Comunicação Social, Franklin Martins, também enviou nota à imprensa repudiando as declarações de Serra. O ministro classificou a acusação de "grave e descabida, sem qualquer apoio nos fatos". Segundo Franklin Martins, a imprensa no Brasil é livre. "Ela apura e deixa de apurar o que quer. Publica e deixa de publicar o que deseja. Opina e deixa de opinar sobre o que bem entende".
Em nome do governo, Franklin Martins reafirmou o compromisso com a liberdade de imprensa e afirmou que entende que "as paixões da campanha eleitoral podem, em determinadas circunstâncias, toldar julgamentos serenos, mesmo naqueles que dizem ter nervos de aço". O ministro disse que as declarações de Serra prejudicam a imagem do Brasil no exterior, "dando a entender que nossas instituições são frágeis e os valores democráticos, pouco consolidados".
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