Dois dos seis pescadores que ficaram à deriva recebem alta no Rio

Dois dos seis pescadores que ficaram à deriva recebem alta no Rio

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:36

Dois dos seis pescadores , que passaram 22 dias à deriva até serem resgatados em alto mar em Santa Catarina, receberam alta médica na manhã desta quarta-feira (29), segundo informações da Secretaria municipal de Saúde. Eles chegaram ao Rio na tarde de terça-feira (28) e desidratados e debilitados foram levados para três hospitais.

Um deles, em estado grave, segundo a secretaria, está internado na sala vermelha (unidade intensiva de acompanhamento) do Hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio. Ele chegou à unidade desorientado, com insuficiência renal e desidratado.

Um pescador que está no Hospital Miguel Couto, no Leblon, na Zona Sul, e outros dois que estão no Hospital Salgado Filho, no Méier, na Zona Norte, apresentam quadro de desidratação, mas reagem bem ao tratamento. Eles estão em observação, sem previsão de alta.

Fome, frio e sede

Os seis tripulantes do barco “Wiltamar III” enfrentaram fome, frio e sede nos 18 dias que ficaram à deriva até serem resgatados na noite de segunda-feira (27). Segundo um deles, na luta pela sobrevivência em alto-mar e sem saber quando seriam encontrados, chegaram a beber suas próprias urinas para não morrer desidratados. O estoque de alimentos que eles levaram era suficiente apenas para 12 dias.

“No desespero você faz qualquer coisa. A gente precisava era resistir para sobreviver até que alguém aparecesse para nos salvar. Graças a Deus estamos vivos”, disse Maicon Lima Santos, 24 anos, um dos pescadores resgatados na tarde desta terça-feira (28), ao chegar na sede da Capitania dos Portos, na Praça XV, Centro do Rio.

Na embarcação também estavam o mestre Zenildo de Oliveira Pacheco, 31, Leandro Vidal Martino, 39, Gilney da Silva, 56, José da Conceição, 36, e Cristiano Pereira de Souza, 33. Eles foram recebidos pelos familiares em clima de muita emoção.

Pedro Gilson Araújo, dono do 'Wiltamar III', que

ficou à deriva por 18 dias (Foto: Aluizio Freire/G1)

  Mesmo falando com dificuldade, Zenildo disse, já dentro da ambulância que o levaria para o hospital, que acredita que o barco foi atingido por uma grande onda, que teria quebrado a embarcação.

Maicon lembrou que “enfrentaram um mar muito forte, violento” . O comandante de mar e guerra Walter Eduardo Bombarda lembrou que no período em que eles estavam em alto-mar receberam a notificação de períodos de ressacas provocadas por uma frente fria.

O dono do “Wiltamar III”, Pedro Gilson Araújo, afirmou que a embarcação estava em bom estado, contava com rádios e outros equipamentos de segurança e que tinha autorização para navegar em alto-mar até 38 quilômetros da costa.

“O que aconteceu, infelizmente, foi uma fatalidade. Mas graças a Deus todos conseguiram resistir e foram resgatados com vida”, disse, ao receber a tripulação na Praça XV.

Outro pescador, envolto por cobertor para evitar hipotermia, é levado para a ambulância (Foto: Aluizio Freire/G1)

  Os seis pescadores chegaram à Capitania dos Portos do Rio de Janeiro, no Centro do Rio, por volta das 15h desta terça-feira (28). Eles foram recebidos pelas famílias em clima de muita emoção. Três dos resgatados chegaram à Capitania dos Portos em macas, cobertos por película isolante para evitar a hipotermia. Os outros chegaram amparados por marinheiros, aparentando fraqueza, e mal conseguiam andar.

Resgate em Itajaí

Um navio mercante resgatou os pescadores na noite de segunda-feira (27). O barco deles, chamado “Wiltamar III”, saiu de Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, no dia 1º de junho e foi encontrado a cerca de 180 km da Costa de Itajaí, em Santa Catarina.

Pescador resgatado após ficar mais de 20 dias

desaparecido recebe carinho de parente

nesta terça (28) (Foto: Aluizio Freire/G1)

  De acordo com a Capitania dos Portos, os pescadores chegaram de navio até a entrada da Baía de Guanabara. Depois seguiram numa lancha até a sede da Capitania.

 De acordo com o comandante de mar e guerra Walter Eduardo Bombarda, as causas do naufrágio serão investigadas através de um inquérito administrativo. Mas, segundo as primeiras informações, a embarcação, que foi encontrada pelo navio mercante “Marola”, de bandeira italiana, a 290 milhas sudeste do Rio de Janeiro, na divisa de Santa Catarina, cumpria as exigências de navegação.

O Comando do 1º Distrito Naval iniciou uma grande operação de busca e salvamento no dia 10, logo que foram informados que a embarcação não havia retornado ao porto de destino. A previsão de retorno da embarcação era no dia 9.

“Foi acionado o sistema de salvaguarda da vida humana no mar, mobilizados navios e aeronaves da Marinha para localizar a embarcação. Com essa operação, que contou também com chamadas de rádio a todos os navios mercantes que trafegavam na área, que conseguimos êxito”, explicou o comandante Bombarda.

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