No condomínio onde moram mais de 5 mil pessoas, em apartamentos de 16 a 217 metros quadrados, a taxa de inadimplência é de 2%. O orçamento anual do Edifício Copan, o maior condomínio da América Latina, é de R$ 6 milhões, como mostrou o quadro "Meu condomínio tem solução, do SPTV desta quarta-feira (26).
Affonso Celso Prazeres de Oliveira, síndico há 18 anos, explica como a taxa chegou a essa porcentagem tão baixa. "Tudo é acompanhado por uma auditoria e um departamento nosso de finanças que emite de imediato cartas e boletos de cobrança aos faltosos. Então é um trabalho árduo, mas acaba dando resultado."
A grandeza do edifício impressiona. São 38 andares, 1.160 apartamentos e 20 elevadores. Sinuoso, o Copan é referência na arquitetura. A obra de Oscar Niemeyer foi erguida na década de 1950 e testemunha o cotidiano do Centro da capital. O bairro é preto e branco. O Copan é colorido, fala a professora de yoga Deli Borsari.
Comandar a cidade não é uma tarefa tão fácil. O Copan tem mais de cem funcionários que trabalham dia e noite para manter bem guardado o lugar de milhares de pessoas. Os moradores chamam Affonso de prefeito.
Para o prefeito, o maior desafio não é administrar as despesas. São os problemas entre vizinhos. "O problema sempre gira em torno do cachorro, do papagaio, a briga de casal, briga de vizinhos, que fez esse ou aquele barulho, que olhou feio, deixou de cumprimentar."
Moradores
A imensidão de São Paulo reflete no edifício. Nos apartamentos é possível encontrar histórias e pessoas diferentes, de profissões e classes sociais distintas. "É um mix de todas as classes sociais, de todos os gêneros, de todas as raças. É o retrato de São Paulo, fala o arquiteto Wendel Campanela.
Astrid Maria Kramel Theil é psicóloga aposentada e uma das moradoras mais antigas do Copan. Ela mora no edifício há 37 anos e jura que precisa morar no apartamento de mais de 200 metros quadrados. Eu gosto de espaço, eu quero poder fazer o que eu quiser dentro da minha casa, eu quero poder receber meus amigos, eu posso fazer festa, fazer o que eu bem entender.
"Eu costumo dizer que o Copan é uma grande aldeia. A gente faz bolo divide com o vizinho. A gente se visita. Então, isso é bem característico do nosso grupo aqui", comenta a psicóloga.
Para Cecília Reggiani Lopes, editora de literatura infantil, o que importa não é o espaço. Ela vive em um espaço de 30 metros quadrados. "Eu fiz negócio na hora e nem pedi desconto. A minha janela é uma coisa ótima, que dá um prazer enorme. Você imagina tomar o café da manhã olhando as montanhas. É muito bom."
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