Com promessa de combater a emenda Ibsen Pinheiro, melhorias na segurança pública e investimento em saúde e educação, os três candidatos ao governo do Espírito Santo, Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), Brice Bragato (PSOL) e Renato Casagrande (PSB), fizeram do primeiro debate na TV, promovido pela Band nesta quinta-feira (12), um encontro morno.
O primeiro bloco começou com uma pergunta do moderador, o jornalista Guilherme Kalws, sobre o risco de o Espírito Santo perder até R$ 500 milhões por ano caso a polêmica emenda Ibsen Pinheiro, sobre a divisão dos royalties do petróleo, seja aprovada.
Tanto Vellozo quanto Casagrande afirmaram que a medida é inconstitucional. O socilalista disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem compromisso de vetar a emenda. Já o tucano afirmou confiar mais no Supremo do que no presidente Lula para barrar a lei. Para Brice, a emenda não deve ser aprovada e, caso seja, ela defende uma mobilização popular para reverter a decisão.
Enfrentamento entre candidatos
Ainda no primeiro bloco, os candidatos fizeram perguntas entre si. Brice questionou Vellozo sobre suas propostas em relação ao transporte público. Em sua resposta, o tucano afirmou que pretende investir no sistema coletivo e na criação de corredores específicos para ônibus.
Vellozo escolheu perguntar a Casagrande e começou elogiando seu ex-aliado, o atual governador Paulo Hartung, que apoia o socialista. Concordamos que Hartung fez um bom governo, mas qual o compromisso com a responsabilidade fiscal?, questionou.
Diante da resposta do senador de que pretende "manter o equilíbrio fiscal", Vellozo voltou ao assunto, afirmando que há problemas de responsabilidade fiscal no atual governo. É um pensamento arrogante pensar que só o PSDB pode trabalhar com equilíbrio fiscal, revidou Casagrande, em um dos poucos momentos em que os candidatos demonstraram falta de cordialidade no debate.
Questionada por Casagrande sobre suas propostas para a educação, Brice disse defender a criação de uma universidade estadual e a instalação de ensino técnico nas escolas de ensino médio.
Segurança, saúde e infraestrutura são temas chave
O segundo bloco também foi marcado pelo enfrentamento direto entre os candidatos. Com um tom incisivo, Brice questionou se Casagrande concorda com o modelo de apoio do governo a grande empresas. O candidato governista afirmou que a política é fundamental para a economia do Estado.
Casagrande questionou Vellozo sobre segurança pública. Lembrando que o Espírito Santo é o quinto Estado mais rico do país e segundo pior em segurança pública, o tucano citou a promessa do presidenciável José Serra, sobre a criação de um Ministério de Segurança Pública e defendeu que o Governo Federal invista no tratamento para depentes químicos na saúde pública.
No terceiro bloco, os candidatos responderam questões formuladas por jornalistas. Casagrande voltou a defender o investimento em edução profissional para formação de mão de obra qualificada e a parceria entre os governos estadual e municipal para investimento em educação fundamental.
Novamente com perguntas entre si, o quarto bloco teve um tom mais crítico entre os candidatos, quando Vellozo questionou Casagrande sobre os investimentos do governo em infraestrutura, especialmente no aeroporto de Vitória. "Defendo a estadualização dos aeroportos, da gestão das rodovias. Nosso federalismo é um federalismo capenga. O Espírito Santo manda dinheiro para Brasília e vem muito pouco para cá", disse o tucano. Em sua tréplica, o socialista ironizou. "Parte de suas propostas já pode trabalhar com elas em Brasília, como deputado federal. Acho que é fundamental contar com sua ajuda nesse trabalho."
Pedido de votos
Durante as considerações finais, Casagrande disse esperar que o debate tenha esclarecido mais os eleitores. Quero ser governador porque tenho experiência no Legislativo, no Executivo, pelo conhecimento que tenho do Estado e para manter os avanços que conquistamos nos últimos oito anos, disse, citando o governador Paulo Hartung e a aliança com o peemedebista.
Luiz Paulo pediu o voto dos eleitores. Fui prefeito de Vitória, demonstrei competência profissional, liderança política e lealdade, disse, também citando Hartung. "Votando no Luiz Paulo 45 vai realizar a ideia do senador de trabalharmos juntos, porque ele fica mais oito anos no governo", disse em tom de brincadeira.
Já Brice agradeceu a oportunidade de divulgar seu projeto e ressaltou o fato de não ser "política de carreira", mas funcionário pública. É a campanha do tostão, contra a campanha do milhão, disse, pedindo R$ 50 de colaboração aos eleitores para ajudar no financiamento da campanha.
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