Eleitores de Paraitinga pedem melhorias na saúde

Eleitores de Paraitinga pedem melhorias na saúde

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:15

O Rio Paraitinga ainda coloca medo em muita gente, mas em São Luiz do Paraitinga, devastada pelas chuvas de verão, os eleitores querem mesmo são melhorias na saúde. A pouco mais de um mês para as eleições, o G1 esteve na cidade do Vale do Paraíba para saber as prioridades eleitas pelos moradores. As queixas relacionadas aos hospitais saíram na frente.

Se hoje a depiladora Karina Simone Gonzalez Sazo, de 32 anos, estivesse de frente para o novo governador eleito, já teria um discurso pronto. “O problema aqui é a saúde. Não tem remédio, não tem hospital, não tem pediatra, não tem ginecologista. Tem gente que vai com o braço quebrado e fica esperando três dias para fazer exame porque não tem raio-x”, reclamou ela, nesta segunda-feira (30). Distante 182 km de São Paulo, São Luiz do Paraitinga tem um centro de saúde, um posto de atendimento do Programa Saúde da Família (PSF) com três equipes de plantão e a Santa Casa, que recebe recursos do governo do estado, como informou a secretária de Saúde do município Ana Sílvia Carvalho Ferreira. “A Santa Casa é filantrópica, a gestão é estadual. A gente até subvenciona, repassa um dinheiro para lá, mas não é nosso”, contou ela.

Ana Sílvia negou que haja falta de médicos – ela só leva em conta os profissionais que trabalham no centro de saúde e no PSF. Ao todo, são oito funcionários: três clínicos-gerais, um psiquiatra, um ginecologista, um psicólogo, um pediatra e um fisioterapeuta. “Estamos muito bem, de acordo com o que preconiza a Organização Mundial de Saúde para um município com 10 mil habitantes.” A empregada doméstica Andresa Aparecida da Silva, de 21 anos, rebateu. “Médico não tem, remédio quase não tem. Quando precisamos, temos que ir até Taubaté (cidade vizinha, a mais ou menos meia hora de carro). Acho que saúde é prioridade na cidade”, afirmou. Para a secretária de Saúde, alguns moradores são “imediatistas” e não esperam a marcação de consultas. “Nossa competência é de atenção básica. Gostaríamos de fazer mais, mas não podemos”, disse Ana Sílvia.

Em construção

Em São Luiz do Paraitinga, são bastante visíveis as marcas de uma cidade ainda em reconstrução passados quase oito meses da tragédia na virada do ano. Ruas estão interditadas, há operários por todos os lados fazendo consertos. Tratores e casas continuam fechadas. Ruínas de imóveis que a força da água derrubou completam a paisagem. No Rio Paraitinga, que margeia o município e encheu com as tempestades, também há obras de contenção. O medo de que as águas “afoguem” novamente casas e construções históricas também faz com que o eleitor peça maior atenção a essa questão. “Ele (o futuro governador) precisa controlar a vazão da água, ter uma política contra enchente. O pessoal investiu dinheiro na reconstrução e, se chover forte, não tem como fugir”, afirmou o contador Luciano Couto, de 42 anos. Ele disse ter tido prejuízo de R$ 50 mil com a perda dos clientes – a maioria de comerciantes que perdeu o negócio com a tragédia. “O que me sustentou foram os clientes de fora”, disse ele, que trabalha a poucos metros do rio.

Uma das feridas mais profundas dos habitantes ainda não cicatrizou. Da Igreja Matriz, que fica na única praça da cidade, só parte das duas torres continua de pé. Elas tombaram com a enxurrada, assim como o resto da construção do século 19. Em julho, o canteiro de obras, que ainda guarda os altares de mármore e peças sacras, virou ponto turístico. A Capela Nossa Senhora das Mercês, erguida no século 18, também foi ao chão e começa a ser restaurada.

Postado por: Thatiane de Souza

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