A polícia retomou as negociações para tentar conter a rebelião na Penitenciária Industrial de Guarapuava (PIG), na região central do Paraná, às 7h desta terça-feira (14). O motim ocorre desde a manhã de segunda-feira (13), e 12 agentes penitenciários e dezenas de presos são mantidos reféns. Segundo a Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju) do Paraná e o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), eles não estão feridos. Um outro agente penitenciário sofreu queimaduras com produtos químicos em 20% do corpo e está hospitalizado. Ele não corre risco de morrer. Outros cinco detentos também ficaram feridos e foram encaminhados para hospitais da cidade. De acordo com o Samu, quatro deles tiveram ferimentos leves, enquanto um teve traumatismo craniano moderado. As negociações foram suspensas às 23h de segunda.
Por volta das 9h desta terça-feira, presos vendaram um dos reféns e o amarraram em um pedaço de madeira em cima do telhado. Pouco tempo depois, os rebelados ainda pediram para que a polícia encontrasse um local na sombra para deixar os familiares dos detentos, que aguardam do lado de fora da penitenciária. Como o pedido não foi atendido, os presos penduraram um refém no telhado e ameaçaram matar o homem.
Os rebelados reclamam da administração da penitenciária, da comida e das acomodações. Segundo o tenente Polícia Militar (PM) Fábio Zarpellon, eles também pedem por um celular. “Será verificada a possibilidade pela equipe de negociação”, disse o tenente. Zarpellon ainda informou que a equipe aguarda uma lista de reivindicações por parte dos rebelados, que pode ser entregue a qualquer momento.
O motim começou quando havia um transporte de presos para um canteiro de trabalho. A penitenciária abriga 240 presos e trabalha com um modelo em que os detentos podem estudar e trabalhar no local. Esta é a primeira rebelião na PIG, que foi inaugurada há 15 anos.
Conforme a vice-presidente do Sindarspen, Petruska Sviercoski, a unidade já foi exemplo de penitenciária para o país. "Na PIG, só entravam presos que gostariam de se ressocializar. Existia uma seleção para isso. Hoje, não existem mais critérios. Entram presos perigosos, que participaram de outras rebeliões, e que conseguem disseminar a revolta entre os outros detentos quando algo não os deixam satisfeitos lá dentro", alega.
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