Um protesto de metroviários acabou em confusão no início da manhã desta segunda-feira em São Paulo. Às 5h20, um grupo de cerca de 70 manifestantes se concentrou em frente à estação Ana Rosa e fechou a rua Vergueiro. Por volta das 6h40, a Tropa de Choque da Polícia Militar (PM) dispersou os manifestantes com uso de bombas de gás lacrimogêneo. Os ativistas voltaram a se reunir outras duas vezes, sendo constantemente dispersados pelos policiais. Pelo menos 13 pessoas foram detidas.
Os metroviários decidiram manter a paralisação em quatro das cinco linhas do Metrô na manhã desta segunda-feira. A greve, que começou na última quinta-feira, foi considerada abusiva pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
Durante a manifestação, a polícia dispersou a maior parte dos manifestantes na estação Ana Rosa. Muitos grevistas ficaram presos dentro da estação por ação da Tropa de Choque, que não deixava ninguém sair ou entrar no local. Por volta das 7h30, 12 ativistas estavam dentro do prédio.
No mesmo horário, outros manifestantes esperavam na entrada na estação, mas o número de ativistas era bem menor que no início do ato. Os manifestantes devem seguir em passeata, com reforço do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) em direção à Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP).
Uma nutricionista, que se identificou como Cecília, ficou presa em meio ao tumulto quando sofreu um acidente de trânsito. Um carro colidiu no dela logo antes de a Tropa de Choque chegar para dispersar a multidão. “Acabei de deixar meu filho na escola. Estava passando por aqui e bateram no meu carro. Agora estou aqui e o choque está vindo”, disse. A Ronda Ostensiva Com Apoio de Motocicletas (Rocam) ajudou a mulher a tirar o carro da via antes da confusão.
Categoria mantém paralisação
No domingo, os metroviários de São Paulo decidiram, em assembleia, manter a paralisaçao, mesmo após a Justiça considerar abusiva a greve da categoria, que desde quinta-feira paralisou o funcionamento do Metrô na cidade de São Paulo. Uma nova assembleia está marcada para hoje, às 13h, na sede do sindicato.
Justiça decide contra sindicato
Segundo o desembargador Rafael Pugliese, relator do processo, "não houve atendimento mínimo à população, gerando grande transtorno, inclusive, no âmbito da segurança pública”. O tribunal decidiu ainda pela manutenção do pagamento da multa diária de R$ 100 mil pela paralisação ao Sindicato dos Metroviários em São Paulo, que será revertida ao Hospital do Câncer.
Os desembargadores também decidiram que, caso os trabalhadores mantenham a greve, o sindicato deve pagar multa de R$ 500 mil por dia a partir desta segunda-feira. O julgamento concluiu pela autorização do desconto pelos dias parados, além de não assegurar a estabilidade dos grevistas.
A Justiça determinou o reajuste salarial da categoria em 8,7%, última proposta feita pelo Metrô. O colegiado estabeleceu ainda o valor do vale-alimentação mensal para R$ 290 mais parcela extra anual; e o vale-refeição diário para R$ 669,16. Outra definição importante do julgamento refere-se ao piso salarial dos engenheiros, no valor de R$ 6.154.
Governo: não tem mais discussão
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), falou no domingo sobre a manutenção da greve dos metroviários, após o Tribunal Regional do Trabalho considerar a paralisação abusiva. "Agora não tem mais discussão, a greve é abusiva", disse.
Ele pediu que os funcionários da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) voltem ao trabalho, sob risco de demissão por justa causa. "Faço uma convocação para que os metroviários voltem, inclusive pelo direito de trabalhar dos 5 milhões que dependem do metrô para se locomover. Quem (metroviário) não for trabalhar tem posibilidade de (demissão por) justa causa."
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