Engenheiro não usava equipamentos de proteção em obra do Metrô em SP

Engenheiro não usava equipamentos de proteção em obra do Metrô em SP

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:58

A polícia investiga a morte de um engenheiro que trabalhava nas obras da Estação Fradique Coutinho da Linha 4 - Amarela, em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo. Ricardo Gomes Martins, de 48 anos, morreu na madrugada desta terça-feira (1º) depois de levar uma descarga elétrica de 20 mil volts. No boletim de ocorrência, foi registrado que ele não usava os equipamentos de segurança necessários.

Ricardo era funcionário de uma empresa que presta serviços para o Consórcio Via Amarela, o responsável pela Linha 4. É uma obra em que já aconteceram muitos acidentes. Quatro anos atrás, sete pessoas morreram quando uma imensa cratera se abriu perto do canteiro da Estação Pinheiros, também na Zona Oeste.  

Nesta manhã, a estação, ainda em construção, parecia abandonada. Só havia alguns seguranças na porta. O boletim de ocorrência diz que a morte é suspeita e investiga o caso como um homicídio culposo, sem intenção de matar. Ainda segundo o documento, a vítima não usava equipamentos apropriados para a manutenção do local, como luvas de proteção e roupa antichama.

A morte aconteceu por volta da 1h. Peritos foram à estação e saíram sem dar entrevista. Uma testemunha que trabalhava com o engenheiro disse para a polícia que ele escorregou e caiu em cima da rede elétrica. Mas os investigadores não encontraram, até agora, indícios da queda.

A polícia pediu exames para saber se o engenheiro Ricardo Martins tinha ingerido alguma substância tóxica antes de trabalhar. Durante toda a manhã, a reportagem do SPTV tentou falar com o Consórcio Via Amarela e com a empresa em que Ricardo trabalhava, mas ninguém quis gravar entrevista. As empresas afirmaram que estão apurando as causas da morte. Elas mandaram também uma nota, dizendo que o engenheiro morreu quando fazia uma manutenção na estação e que ele era um profissional muito experiente.

Outros casos

Essa não foi a primeira morte nas obras da Linha Amarela. No final de 2006, um operário morreu soterrado na obra da Estação Oscar Freire. Em janeiro de 2007, as paredes de um poço de serviço da Estação Pinheiros cederam. A cratera gigante engoliu caminhões, um microônibus, carros, parte de uma rua e matou sete pessoas.

As obras também provocaram muitos problemas para a vizinhança. Em dezembro de 2005, um sobrado que ficava entre as Estações Faria Lima e Pinheiros foi destruído depois que parte do túnel da obra desmoronou. Outras cinco casas foram interditadas.

No começo de 2006, famílias foram removidas para um hotel por causa de rachaduras provocadas pela construção da Estação Pinheiros. Em fevereiro de 2007, foram os vizinhos da Estação Fradique Coutinho que ficaram com medo por causa de rachaduras. Em abril do ano passado, um guindaste do canteiro da Estação Morumbi tombou. Ninguém ficou ferido.    

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