Ex-policial militar é julgado por morte de dois homens no Sion, em BH

Ex-policial militar é julgado por morte de dois homens no Sion, em BH

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:19

O julgamento de um ex-policial militar acusado de envolvimento na morte de dois homens começou, na manhã desta quarta-feira (7), no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte. O crime aconteceu em abril de 2010, em um apartamento no bairro Sion, na Região Centro-Sul da capital mineira. As vítimas foram degoladas e tiveram os corpos queimados. O suspeito foi denunciado pelo Ministério Público pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, extorsão, ocultação de cadáver e formação de quadrilha. Por volta das 14h40, a assessoria informou que o réu estava sendo interrogado.

De acordo com informações do fórum, o ex-policial e um estudante de direito seriam os primeiros julgados pelas mortes, mas o advogado do segundo acusado alegou que estava com problemas de saúde e pediu que o julgamento do réu fosse adiado. O juiz atendeu ao pedido do defensor que passava mal e o estudante foi retirado da sala do júri. Os dois réus e outras seis pessoas teriam sacado e transferido dinheiro das contas bancárias das vítimas. O universitário Frederico Flores, acusado de chefiar o grupo, também participa do julgamento e será ouvido como testemunha. Ao todo, cinco testemunhas de defesa e três de acusação devem ser ouvidas. Flores está preso na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de BH.

Dos oito envolvidos nos crimes, três respondem ao processo em liberdade. Os dois policiais acusados de participação nas mortes foram expulsos da corporação. O anúncio foi feito no dia 29 de agosto.

Entenda o caso

Rayder Santos Rodrigues e Fabiano Ferreira Moura foram assassinados e decapitados em um apartamento do bairro Sion, na zona sul de Belo Horizonte, em abril de 2010, de acordo com inquérito. Os corpos foram encontrados mutilados e carbonizados em Nova Lima, na Região Metropolitana da capital. Dentre os suspeitos de cometer o crime, há dois estudantes de direito, um advogado, dois policiais, um pastor, uma médica e um norte-americano.

Segundo as investigações, o estudante Frederico Flores seria o chefe da quadrilha. Ele pretendia extorquir as vítimas, que teriam passado por sessões de tortura antes de, de acordo com a polícia, serem friamente executados no apartamento de Frederico, no bairro Sion. No local, foram encontrados vestígios de sangue, e apreendidos livros de conteúdo nazista e de terror. Materiais como DVDs, documentos e computadores também foram recolhidos.

Ainda de acordo com as investigações, os suspeitos teriam feito um churrasco no sábado seguinte à morte das vítimas. Seria uma espécie de reunião com todas as pessoas que estavam envolvidas.

As investigações mostram que os envolvidos fizeram saques das contas de Fabiano Moura e Rayder dos Santos Rodrigues antes de matá-los. Segundo a Polícia Civil, os dois mortos teriam envolvimento com esquema de lavagem de dinheiro e estariam sendo chantageados por Flores.

O Ministério Público Estadual ofereceu denúncia contra os oito envolvidos. O promotor Francisco Santiago pediu a condenação de todos eles por homicídio qualificado, cárcere privado, extorsão, destruição e ocultação de cadáver e formação de quadrilha.

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