Executivo "não depende" do Congresso, diz Carvalho

Executivo "não depende" do Congresso, diz Carvalho

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:40

Em declaração que aumentou o desgaste do Planalto com o Congresso, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, disse hoje, em entrevista à Rádio Estadão/ESPN, que o Executivo "não depende" do Congresso para trabalhar. A afirmação provocou críticas da oposição, que viu na declaração uma tentativa de menosprezar o papel do Legislativo.

A declaração de Carvalho foi uma resposta a um questionamento sobre se a crise envolvendo a evolução patrimonial do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, teria contaminado o ambiente no Congresso e paralisado o governo. O ministro reconheceu que há problemas nas relações políticas com partidos da base, tratou a crise com o PMDB como "um casamento" e afirmou que essas questões não influenciam as ações do governo.

"Evidente que nas relações políticas há um problema. Isso é inegável, não vamos fechar os olhos a isso. Mas quero dizer que uma coisa são essas relações, outra coisa são as ações do governo. Nós não dependemos do Congresso para seguir trabalhando", disse Carvalho.

O líder do PSDB, senador Álvaro Dias (PR), viu "autoritarismo" na frase do ministro Gilberto Carvalho. Para ele, há intenção em tratar o Legislativo como um poder inferior. "Essa manifestação dele (Carvalho) traz um viés autoritário que identificamos no governo nesses últimos anos, tenta-se submeter o Legislativo a uma condição de inferioridade".

O tucano ironizou Carvalho, afirmando que o Executivo está paralisado. "Ele pode até ter razão, porque para essa paralisia do governo não há necessidade do Congresso mesmo. O governo não depende do Congresso para continuar a não fazer nada". Dias disse ainda que o tratamento dispensado ao Legislativo pode levar parlamentares da base aliada a se rebelar contra o Palácio do Planalto.

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), evitou criar polêmica sobre o assunto. Ele afirmou que a relação entre os poderes é de complementação e não de dependência.

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