Forças Armadas cercam Assembleia Legislativa da Bahia

Forças Armadas cercam Assembleia Legislativa da Bahia

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:16

A Assembleia Legislativa da Bahia, localizada em Salvador, foi cercada no início da manhã desta segunda-feira (6) por 600 homens do Exército, além de 40 agentes do Comando de Operações Táticas (COT) que estão no local. De acordo com o tenente-comandante Cunha, oficial de comunicação social do comando do 6º Batalhão Militar, a estratégia foi definida em reunião às 4h desta segunda-feira e visa garantir a livre circulação e o funcionamento do Centro Administrativo da Bahia (CAB). O isolamento da área também facilitará o cumprimento dos 11 mandados de prisão pela Polícia Federal.

Por telefone, o presidente da Associação dos Policiais, Bombeiros e dos seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), Marco Prisco, chegou a informar ao G1 que a Assembleia estava sendo ocupada pelas Forças Armadas.

Parte dos policiais militares da Bahia estão em greve desde a noite de terça-feira (31). Neste período, o número de homicídios em Salvador e região metropolitana aumentou 129% em comparação ao mesmo período da semana anterior. Das 21h de terça (31) até as 1h45 desta segunda, foram registrados pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) 89 homicídios.

No domingo foram registrados oito casos de assassinatos. Seis desses crimes foram cometidos em bairros de Salvador: três em Valéria, um em Marechal Rondon, um em Itinga e um em Pau da Lima. Os outros dois ocorreram em cidades vizinhas à capital, Madre de Deus e Candeias.

O Comando da 6ª Região Militar, que representa o Exército Brasileiro na Bahia, disponibilizou um número telefônico para receber denúncias e outras informações por parte da população. O contato é (71) 3320-1972.

Dirigente da associação de PMS é preso

Um soldado da PM e dirigente da Associação dos Policiais, Bombeiros e dos seus Familiares do Estado Bahia (Aspra) foi preso na madrugada de domingo, segundo o governo do estado, e encaminhado à sede da Polícia do Exército, na Avenida Paralela, em Salvador.

O PM é lotado na Companhia de Policiamento de Proteção Ambiental (COPPA). Segundo o governo, ele é suspeito de formação de quadrilha e roubo de patrimônio público, referente à retenção das viaturas.

A prisão dele é a primeira cumprida dos 12 mandados de prisão expedidos pela Justiça da Bahia contra integrantes do movimento grevista. De acordo com o governo, as outras 11 prisões devem ser executadas durante este domingo.

Carros de polícia recuperados

A Polícia Militar recuperou, na tarde de sábado, 16 carros oficiais que estavam em poder dos grevistas, na Assembleia Legislativa, em Salvador. Os mandados de reintegração de posse foram expedidos na manhã de sábado.

Negociação

O presidente da Associação dos Policiais, Bombeiros e dos seus Familiares do Estado Bahia (Aspra), Marco Prisco, e os policiais filiados à entidade, esperam espaço para negociação das pautas reivindicatórias com representantes do governo do estado. "A palavra é negociação", disse Prisco no sábado (4), na sede da Assembleia Legislativa, onde está desde a noite de terça-feira (31).

Autuação federal

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que já fez o pedido de reserva de vagas em presídios de segurança máxima para encaminhar, caso seja necessário, os policiais militares que tenham cometido algum tipo de crime durante a mobilização grevista, que já dura cinco dias na Bahia. Durante coletiva à imprensa, realizada na manhã de sábado (4), ainda na Base Aérea, onde desembarcou, o ministro frisou a relação que o governo federal mantém com as políticas de segurança estadual.

Pronunciamento do governador

O governador da Bahia, Jaques Wagner, tentou tranquilizar a população do estado em cerca de três minutos de pronunciamento oficial, transmitido pelas emissoras de rádio e TV por volta das 20h15 de sexta-feira (3). Ele reafirmou a “intranquilidade” vivida nos últimos quatro dias, que tem resultado no fechamento antecipado do comércio, violência na rotina do trânsito e contra a população. “Estamos tomando providências para conter ações de um grupo de polícia usando métodos condenáveis e difundindo o medo na população, causando desordem”, afirma.

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