O número de furtos de veículos na fronteira com o Paraguai cresceu 70% nos primeiros meses de 2011. Conforme a polícia, a maioria dos crimes acontece durante os horários de pico, desafiando as autoridades.
Uma atendente de padaria, que não quis ser identificada por medo, contou que, na última semana, presenciou o furto de uma motocicleta em frente ao trabalho, às 14 horas. "Tranquilo, sem medo nenhum, uns cinco minutos ele ficou mexendo [na moto] na nossa frente, atravessou para o outro lado da rua, passou o meio-fio sem capacete, olhou para nós tranquilo e foi."
Segundo a polícia, é comum casos em que bandidos atuam em horário de pico e em locais movimentados como saída de escolas e universidades. Foi o que aconteceu com a professora Marta Sulema Gonzales, que foi assaltada quando chegava para trabalhar.
"Chegaram com a arma e pediram para eu descer que era um assalto, não pensei duas vezes e já desci e já me retirei, porque você não pensa em outra coisa a não ser se salvar."
Segundo dados da Polícia Militar (PM), de janeiro até agora, 23 furtos de veículos foram registrados em Ponta Porã, dez a mais do que ocorreu no mesmo período do ano passado. Já os casos de roubo diminuiram de 11 para seis. Ainda de acordo com a polícia, 80% dos veículos são motocicletas brasileiras.
A facilidade em atravessar a fronteira é apontada pela polícia como uma das dificuldades na recuperação de veículos e até mesmo na prisão de criminosos. Essa situação já começa a mudar com as ações realizadas em conjunto pelas instituições de segurança do Brasil e Paraguai.
O capitão da PM, Edson Guardiano, fala sobre a situação. "Nós temos tido um trabalho em parceria com a polícia paraguaia que tem nos ajudado a recuperar veículos e prender criminosos que atuam na região, uma vez que não podemos e não ultrapassamos a fronteira, a não ser para fazer o contato e a melhoria da relação. Essa mesma situação acontece no Paraguai."
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