Grande SP tem 25 grupos que incitam violência e preconceito

Grande SP tem 25 grupos que incitam violência e preconceito

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:44

Investigações da Polícia Civil de São Paulo apontam que há pelo menos 25 grupos que estimulam a violência e o preconceito na região metropolitana. As vítimas têm perfis específicos - moradores de rua, judeus, homossexuais.

 

Neste sábado (7), um corpo foi encontrado carbonizado em uma carroça na região central de São Paulo. A vítima estava amarrada em arame. Um caso semelhante ocorreu na noite de quarta-feira (4), com um catador de material reciclável, cujo corpo carbonizado foi encontrado em uma carroça na Rua Jairo Góis, também no Centro da capital paulista.

As investigações são feitas pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), que também levantou o perfil dos agressores: a maioria é homem, tem entre 15 e 25 anos, é branco, estuda e trabalha e exibe símbolos nazistas em roupas e tatuagens. Os ataques são feitos em grupo.

As armas utilizadas por eles têm venda liberada e são fáceis de serem escondidas – faca, canivete, soco inglês, bastão de ferro. “Como eles têm ódio das vítimas, esses golpes, essa sensação de poder que eles têm ao bater na vítima ou ao atingir a vítima com uma arma branca é muito maior”, explica a delegada Margarete Barreto, da Decradi. “Eles têm algumas manifestações de intolerância contra negros, judeus, homossexuais, moradores de rua também.”  

Quem faz parte desses grupos precisa seguir regras impostas pela gangue. A primeira missão de um novato é apanhar dos próprios companheiros. A segunda tarefa é espancar uma vítima escolhida pelo grupo. “Existem regras de conduta dentro do grupo e eles não podem um delatar o outro, um não pode fugir de uma briga se o outro está apanhando. Existem regras para conviver nesses grupos e isso é seguido à risca por eles”, explicou a delegada.

O filho da dona de casa Maria dos anjos Pereira foi esfaqueado por um desses grupos. Ele foi ferido no pescoço, estômago e fígado. “Ele não é de se meter em confusão, nunca se meteu em confusão com ninguém. Ensinei a eles sempre a não andar com gente que anda em mau caminho porque isso não é bom”, contou ela.

O acusado da agressão foi preso por tentativa de homicídio. Com ele, a polícia encontrou armas que costuma ser usadas por integrantes de gangues. Mas a maior evidência de pertencer a um desses grupos foi encontrada na pele dele – tatuagens com símbolos nazistas.

“Existe uma política de exclusão do outro, parece que a culpa é do outro porque eu não estou tendo uma oportunidade de crescimento, de ascensão social, estas disputas de classe também estão presentes nestes conflitos”, disse a delegada Margarete.      

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