A Secretaria Municipal de Habitação de São Paulo informou que será iniciada ainda nessa terça-feira (11) a instalação dos drenos para retirada de gás metano concentrado no solo do Cingapura Zaki Narchi, na Zona Norte de São Paulo. No total, serão instalados 20 equipamentos. Segundo a secretaria, será instalado um dreno por dia. As obras serão feitas por uma empresa contratada pela Prefeitura. O contrato foi feito em regime emergencial nesta segunda-feira (10).
Ainda segundo a Prefeitura de São Paulo, está prevista para esta tarde uma audiência que deverá decidir sobre a retirada dos moradores do conjunto habitacional. A reunião contará com a presença de técnicos da Cetesb e representantes da Prefeitura e do Ministério Público. Até as 10h desta terça, o Tribunal de Justiça de São Paulo ainda não havia confirmado a realização da reunião. Nesta segunda, a Prefeitura entrou com um pedido para que a Justiça reconsidere a decisão que determinou a remoção das famílias. Na sexta-feira (7), o juiz Valentino Aparecido de Andrade, da 10ª Vara de Fazenda Pública, aceitou o pedido feito pelo Ministério Público para a remoção dos moradores. A Promotoria recorreu à Justiça devido ao risco de explosão provocado pelo vazamento de gás metano do solo. O conjunto de moradias populares foi construído no terreno de um antigo lixão. O Shopping Center Norte, na mesma região, ficou interditado por dois dias na semana passada devido ao mesmo problema. O MP diz que não irá se manifestar sobre o pedido da Prefeitura até que a Justiça decida sobre a questão.
A Prefeitura diz que pediu a reconsideração tendo em vista as medidas realizadas para minimizar os efeitos do gás no local e não havendo risco imediato à população. O juiz em resposta marcou a audiência para esta terça-feira, às 14h30.
Técnicos de uma empresa contratada pela Sehab mediam a concentração de gás
metano na área do Cingapura Zaki Narchi nesta manhã (Foto: Juliana Cardilli/G1)
O juiz falou na decisão sobre a necessidade de retirar os moradores. É acentuadamente temerário permitir que as pessoas continuem a ocupar o referido conjunto habitacional ou os equipamentos nele instalados, o que justifica a necessidade de sua imediata interdição e, consequentemente, a remoção de todas as pessoas que ali estejam, cuidando a municipalidade de São Paulo para que sejam instaladas em local adequado, com seus pertences e objetos pessoais de uso mais necessário."
Enquanto os moradores estiverem fora do conjunto habitacional, a Prefeitura e a Cetesb deverão efetuar um monitoramento diário das condições da área para identificar os níveis de gás metano. As famílias devem permanecer fora dos apartamentos até que a Cetesb ateste que foi eliminado qualquer risco de explosão, comprovado por laudo técnico.
A Justiça também determinou que a Prefeitura instale, em um prazo de 20 dias, um sistema para fazer o monitoramento diário da concentração de gás metano nos 140 apartamentos térreos do Cingapura. Se não cumprir a determinação, a Prefeitura terá que pagar multa diária de R$ 100 mil.
Creche
A Cehab informou ainda que, de acordo com os relatórios da Cetesb, não foi verificada a concentração de gás metano na creche do conjunto habitacional. A secretaria disse ainda que a presença do gás foi verificada apenas na área externa do prédio.
Protesto
Cerca de 200 moradores do Cingapura protestaram contra a desocupação imediata dos prédios do conjunto habitacional no fim da tarde desta segunda-feira (10), segundo a Polícia Militar. A situação era considerada pacífica por volta das 19h.
Um abaixo-assinado foi feito neste fim de semana para pedir que as famílias continuem nos apartamentos durante a instalação dos dutos para a drenagem do gás. O documento foi entregue no Ministério Público e na Prefeitura da capital nesta segunda.
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