Irmão de ex-secretário é morto a tiros em Jandira

Irmão de ex-secretário é morto a tiros em Jandira

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:41

    Um soldado da 4ª Companhia do 20º Batalhão da Polícia Militar que estava afastado de suas funções foi morto a tiros, por volta das 22h30 de domingo (29), em frente à casa da namorada, no Jardim Belmonte, em Jandira, região oeste da Grande São Paulo.

Ao sair à porta após ser chamado pelo nome, Jairo Lemes de Aquino foi baleado e morreu quando era atendido no pronto-socorro municipal de Jandira. Segundo a PM, não houve testemunhas. Apenas ouviram-se os tiros. Na sequência, o policial foi encontrado caído e ferido.

O policial, que ficou preso por três anos sob suspeita de tentativa de homicídio, é irmão de Wanderley Lemes de Aquino, ex-secretário de Habitação de Jandira e apontado pelo Ministério Público como um dos três mandantes do assassinato do prefeito Walderi Braz Paschoalin (PSDB), de 62 anos. Wanderley continua preso.

Morte de prefeito

Braz Paschoalin foi fuzilado na manhã de 10 de dezembro de 2010. No momento do crime, que teria sido negociado por R$ 600 mil e motivado por disputa de poder dentro da prefeitura, a vítima não utilizava um carro blindado, que naquele dia amanheceu com um pneu furado. Braz saiu de casa no veículo do motorista, que também foi baleado quando ambos chegavam a uma emissora de rádio onde Braz participaria de um programa.

A atual prefeita de Jandira, Anabel Sabatine (PSDB), é apontada como suspeita no inquérito que apura a morte do prefeito Braz Paschoalin (PSDB). No documento do Ministério Público que apura a morte de Paschoalin, a atual chefe da administração municipal da cidade na Grande São Paulo aparece como investigada. Anabel nega qualquer envolvimento na morte. 

A suspeita é confirmada por uma ex-amiga de Anabel que pediu para ser identificada, por motivos de segurança, apenas como Andrea Paulino. Ela afirma que Anabel teria se reunido com inimigos de Paschoalin ainda quando era vice-prefeita de Jandira.

- Ela falou pra mim: "Ah, são empresários [no encontro] que o Braz não cumpriu com eles. E eles estão querendo que, caso eu assumir, caso o Braz cair, que eu assuma o compromisso que o Braz não tinha cumprido. E eu falei que assumiria, que eu faria, que eu cumpriria com eles o que o Braz não cumpriu" [sic]. 

  Linhas telefônicas

A ex-amiga conta ainda que Anabel teria pedido a ela para liberar duas linhas telefônicas para a então vice-prefeita.

- Ela chegou pra mim e falou o seguinte: "Andrea, o prefeito cancelou a minha linha telefônica. E ele ainda baixou meu salário. Tem como você tirar uma linha para mim?" Eu fiquei meio assim e falei: não tem problema nenhum eu tirar essa linha para você. Aí, no outro dia, a secretária dela me ligou e falou: "Não é uma linha, são duas linhas". Falei: está bom.

Ainda de acordo com Andrea, as duas linhas telefônicas foram canceladas logo após Braz Paschoalin ser assassinado. A quebra do sigilo telefônico das duas linhas, a que a investigação teve acesso, revelou com quem Anabel conversava. 

- Tem muitas ligações, muitas ligações para os envolvidos no crime. [Para] Wanderley Aquino são várias ligações. Não é uma, nem duas, são várias ligações para ele. Tem ligação para o Ganso e para o Sérgio Paraizo. 

Outro crime

Procurada pela reportagem, a prefeita Anabel Sabatine afirma que nunca pediu nenhuma linha telefônica a Andrea Paulino e que, das ligações apontadas pela ex-amiga, apenas teria feito as destinadas a Wanderley Aquino, que era secretário da prefeitura na época do crime.           

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