Irmão de Mizael acusa a polícia de colocar rastreador em seu carro

Irmão de Mizael acusa a polícia de colocar rastreador em seu carro

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:30

Artefato encontrado pelo Gate perto da residência

de irmão de Mizael em Guarulhos

(Divulgação / Arquivo Pessoal)

  Rosiel Bispo de Souza, irmão de Mizael, réu procurado pela Justiça acusado de matar a ex-namorada Mércia Nakashima no ano passado no interior de São Paulo, afirma que a Polícia Civil colocou um rastreador em seu carro. O aparelho foi encontrado na terça-feira (16), em Guarulhos, Grande SP, após suspeita de que se tratava de uma bomba.

O Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da Polícia Militar, no entanto, encontrou o objeto na rua, a 30 metros de distância do veículo, num terreno baldio, e descartou a possibilidade de que fosse artefato explosivo.

Segundo a assessoria de imprensa da PM, Rosiel falou que o aparelho estava debaixo de seu carro e ele o arrancou e jogou num terreno baldio. Mesmo assim, o objeto foi apreendido e levado para perícia para confirmar se é mesmo um rastreador.

O caso foi registrado no 7º Distrito Policial da cidade. Segundo informou a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública do Estado de SP, a delegacia irá investigar quem é o dono do aparelho.

Em entrevista ao G1 , Rosiel acusou o delegado Antônio de Olim, atualmente no Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc), de ser o responsável por fixar o suposto rastreador no seu veículo.

“Comprei o carro há uma semana, ele não tem seguro e não tinha rastreador. Provavelmente deve ser o Olim. Colocou o rastreador no meu carro para seguir meus passos. Ficam em cima pensando que eu sei onde meu irmão [Mizael] está. Eu não sei. E se eu soubesse jamais iria falar. Não sou favorável a que ele se entregue. Eu acho que a polícia está pensando que eu sei onde ele está. Eu acho que a polícia está tentando me perseguir, colocando aparelho, tirando minha privacidade e liberdade. É muito constrangimento”, disse o técnico Rosiel, por telefone, na manhã desta quinta-feira (18).   “O pior de tudo é passar a perseguição a um acusado de crimes para seus familiares e advogados. Eu espero que não tenha sido a polícia [que colocou o suposto rastreador] porque se foi a polícia isso aí é um ato ilegal porque não teve autorização judicial e só vai entrar mais uma ilegalidade nesses autos“, criticou Samir Haddad Júnior, um dos advogados de Mizael. Segundo o defensor, seu cliente nega o homicídio da ex e alega inocência.

O que diz o delegado

Procurado para comentar o assunto, Olim negou as acusações feitas por Rosiel.

“Não coloquei nenhum artefato [no carro de Rosiel] para segui-lo. Essa investigação mais a fundo não é da minha competência [está com a Divisão de Capturas da Polícia Civil]. Mas se eu souber onde ele [Mizael] está vou prendê-lo. Hoje, no entanto, a minha prioridade é [combater tráfico de] droga. Quanto a quem colocou esse aparelho, não fui eu“, rebateu Olim.

Olim foi o delegado responsável por indiciar o Mizael e o vigia Evandro Bezerra Silva pelo assassinato da advogada em 23 de maio de 2010. Mércia foi baleada e afogada numa represa em Nazaré Paulista. Segundo o Ministério Público, o motivo do crime apontado foi ciúme. Pela denúncia, o policial reformado e advogado não aceitava o fim do relacionamento. Apesar de negar qualquer envolvimento no crime, Evandro também é réu no processo, acusado de ajudar a matar Mércia. O vigia teve a prisão decretada e é procurado.

G1 não conseguiu localizar o promotor do caso, Rodrigo Merli Antunes, para comentar o assunto.

Recursos

Ainda há três recursos impetrados pela defesa de Mizael para serem julgados, segundo sua defesa. Dois estão no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília: um habeas corpus que pede a mudança do caso de Guarulhos, onde acusado e vítima moravam, para Nazaré Paulista, local que a advogada foi achada morta. O outro habeas corpus solicita a revogação da decretação da prisão preventiva de Mizael em 7 de dezembro de 2010 _desde então, o réu está escondido.

O terceiro recurso citado pelo advogado Haddad Júnior é um pedido que está no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ) contra a decisão do juiz Leandro Jorge Bittencourt Cano que determinou que o seu cliente seja julgado pelo assassinato de Mércia.

A data do eventual julgamento só deverá ser marcada após o esgotamento de todos os recursos da defesa. Nesse caso, existe a possibilidade de os réus serem julgados à revelia, caso não sejam encontrados e presos.          

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