A venda do Centro Universitário de Belo Horizonte (Uni-BH), para o grupo Ânima, foi anulada por decisão do juiz da 10ª Vara Cível de Belo Horizonte, Luiz Gonzaga Silveira Soares. A decisão foi publicada na quinta-feira (29) no Diário Oficial de Minas Gerais. Cabe recurso.
O negócio, estimado em R$ 60 milhões, foi contestado judicialmente pelo Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais. O advogado Cristiano Kangussu, que representa o sindicato, afirmou que a venda não poderia acontecer. O centro universitário tem 15 mil alunos e 50 cursos de graduação. A venda foi anulada por três motivos: primeiro para vender uma fundação é necessário uma autorização judicial, não houve; segundo uma fundação que está com dívidas, seu patrimônio só pode ser repassado para outra fundação com os mesmos fins educacionais: e o terceiro e mais importante, neste contrato de transferência, o Grupo Ânima exigiu que a Fundação Cultural de Belo Horizonte, grupo que controla a Uni-BH, não exercesse mais atividade educacional nos próximos 10 anos em Minas Gerais. Isto foi contra o próprio estatuto da Uni-BH, afirmou Kangussu.
O diretor jurídico do Grupo Ânima Educação, João Batista Pacheco, disse que ficou surpreso com a decisão do juiz. Nós ficamos surpresos com a decisão. Não tem efeito prático e nem imediato. A troca já foi autorizada pelo Ministério da Educação (MEC) desde dezembro do ano passado. O Ministério Público não só aprovou a compra, como foi uma das partes que firmou o contrato. A fundação que era antiga mantenedora da faculdade estava em uma situaçao perigosa. Ela estava impossibilitada de manter o centro universitario. Nós vamos recorrer, disse Pacheco.
A Uni-BH divulgou comunicado sobre a decisão da Justiça. Leia a íntegra:
"Desde 23 de dezembro de 2009, o Ministério da Educação (MEC), por meio da Portaria 1.840, aprovou a transferência da mantença do UniBH, da Fundac-BH para o IMEC-Anima Educação. Este ato decorreu de uma grave crise financeira que assolava a Fundac-BH, que inviabilizava a mantença do UniBH, provocando greves de professores e atrasos de salários e de várias outras obrigações, inclusive, trabalhistas. Desde a assunção da mantença pelo IMEC-Anima Educação, salários e obrigações voltaram a ser pagos em dia e todos os acordos trabalhistas firmados com os sindicatos de professores e de funcionários vêm sendo cumpridos.
Para assumir a mantença do UniBH, a Anima Educação contou com a anuência de várias instituições, dentre elas o Ministério Público Estadual, que, através da Resolução PTFBH 10/09, autorizou a transferência da mantença, acompanhando e participando de todo o processo, assinando, inclusive, os documentos que comprovam a licitude da transferência.
Na data de 30 de julho de 2010, a Anima Educação, o UniBH, a Fundac-BH e o Ministério Público foram surpreendidos com a decisão, em primeira instância, sem efeito imediato, do juiz da 10ª Vara Cível da Justiça Estadual de Minas Gerais, que questionou a validade do contrato entre a Fundac-BH e a Anima Educação, em ação movida pelo Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro-MG).
A direção do UniBH tranquiliza alunos e pais, professores, funcionários e parceiros quanto à continuidade de sua rotina acadêmica. A referida decisão judicial não tem poder de anular um ato de competência exclusiva do Governo Federal, fato reconhecido pela sentença que afirma não discutir a autorização exarada pelo Ministério da Educação.
As partes envolvidas, inclusive a Fundac-BH e o Ministério Público, já informaram que recorrerão da decisão. O UniBH continuará cumprindo todos os seus compromissos, inclusive financeiros, garantindo à comunidade acadêmica seu funcionamento normal, sem alteração de qualquer natureza.
A volta às aulas no UniBH está mantida para 9 de agosto (calouros) e 10 de agosto (veteranos)."
Postado por: Cristiano Bitencourt
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