Lindemberg estava decidido a matar Eloá, defende acusação

Lindemberg estava decidido a matar Eloá, defende acusação

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:16

Carolina Garcia, iG São Paulo

Acusado de matar a jovem Eloá Pimentel, de 15 anos, em 2008, irá a júri popular nesta segunda-feira, na Grande São Paulo

Está marcado para começar às 9h desta segunda-feira (13) o julgamento de Lindemberg Alves Fernandes, acusado de matar Eloá Pimentel, de 15 anos, sua ex-namorada. Para a promotora de Justiça Daniela Hashimoto, responsável pela acusação, a condenação de Lindemberg é certa. “O crime foi premeditado. Lindemberg foi lá decidido a matá-la”, disse nesta sexta-feira.

O júri: saiba como será o julgamento de Lindemberg nesta segunda-feira

 

O crime, que ocorreu em outubro de 2008, teve grande repercussão nacional e internacional. Na ocasião, Lindemberg foi preso e encaminhado para o presídio de Tremembé (SP), onde aguardava julgamento.

Daniela informou ainda que a intenção do réu fica clara quando os laudos são analisados. “Em inúmeros momentos, ele mostrou a intenção de tirar a vida da Eloá”, explica. Segundo a investigação, Lindemberg levou Douglas, irmão mais novo da vítima, para um parque. Essa ação, segundo a promotoria, revelaria a preocupação de encontrar Eloá sozinha no apartamento. “Ele já estava armado quando invadiu o local e seguia a estudante pelo menos 15 dias antes do crime”, conclui.

Outra prova considerada importante pela acusação é o áudio da operação do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), gravado durante a invasão e resgate das vítimas. “O intervalo entre o arrombamento da porta e os disparos efetuados por Lindemberg [já comprovados em laudo] revela que o réu teve tempo para se entregar, mas escolheu não fazê-lo”, diz Daniela.

“Manipulador, possessivo e violento”

O júri acontecerá no Fórum de Santo André, no ABC. O principal objetivo da promotora é convencer os jurados do perfil “manipulador, possessivo e violento” de Lindemberg. “Durante as mais de cem horas de cárcere, ele se mostrou uma pessoa inconformada com o fim do namoro. Ele pensou: ‘Se não é minha, não será de mais ninguém’. Eloá deixou de ser uma pessoa amada e foi considerada um objeto”.

Segundo o Ministério Público (MP), ao todo 19 testemunhas podem ser ouvidas. São cinco testemunhas de acusação e 14 de defesa, convidadas pela advogada de Lindemberg, Ana Lúcia Assad. A estimativa é que o julgamento dure até três dias. O réu responde por 12 crimes que, considerando a sentença máxima, podem condená-lo a mais de 100 anos. Procurada, a advogada de defesa de Lindemberg não retornou os contatos da reportagem. 

Todos os crimes foram cometidos no intervalo de quatro dias em 2008, são eles: homicídio duplamente qualificado por motivo torpe (pela morte de Eloá); tentativa de homicídio duplamente qualificado (contra Nayara Rodrigues, também mantida refém); tentativa de homicídio qualificado (contra o sargento da Polícia Militar Atos Antônio Valeriano); cinco cárceres privados e quatro disparos (um no computador de Eloá, um no interior do apartamento e outros dois pela janela em direção à rua).

O caso

Era uma segunda-feira, dia 13 de outubro de 2008, quando Lindemberg manteve a ex-namorada Eloá em cárcere privado junto com mais três amigos. Após mais de cem horas como refém, Eloá levou dois tiros e morreu. Nayara Rodrigues, de 15 anos, foi baleada no rosto, mas sobreviveu. Os garotos Vitor Lopes de Campos e Iago Vilera de Oliveira foram liberados no primeiro dia de sequestro.

Antes do crime, Eloá e os três amigos chegaram ao conjunto habitacional de Santo André, onde ela morava, para fazer um trabalho escolar. Às 13h30 da segunda-feira, Lindemberg invadiu o local portando um revólver e fez os quatro jovens reféns. Ele estava inconformado com o fim do relacionamento de quase três anos com a garota.

A atuação da polícia no caso foi bastante criticada. Primeiramente, pela volta de Nayara ao cativeiro e, depois, pela invasão ao apartamento. Os policiais reiteraram que só entraram no apartamento após ouvirem um disparo. Porém, em depoimento, Nayara afirma que Lindemberg só atirou depois do arrombamento da porta.


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