Um casaco vendido nas Lojas Renner provocou polêmica nesta quarta-feira (16) no serviço de microblog Twitter. A estampa da roupa remete à banda Skrewdriver, que surgiu na década de 70 no Reino Unido e foi vinculada ao neonazismo. Em nota, a Renner lamentou o ocorrido e informou que está retirando o produto de todas as lojas. A companhia reafirma seu compromisso de sempre repudiar qualquer tipo de discriminação, completa.
A equipe de reportagem do G1 percorreu algumas lojas da Renner nesta quarta-feira. Atendentes informaram que o casaco foi retirado por conta de problemas na estampa. Também no Twitter, a Renner se justificou com os usuários, dizendo que conta com mais de mil fornecedores e produz milhares de estampas. Por maiores que sejam nossos controles, lamentamos o fato ocorrido, afirma a empresa. Às 14h10, o casaco já teria sido retirado de todas as 134 lojas da rede no Brasil.
Investigação
O Núcleo Especializado de Combate à Discriminação, Racismo e Preconceito da Defensoria Pública de São Paulo informou que irá apurar se a Renner cometeu apologia ao crime ao vender roupas com a insígnia de uma banda que chegou a ser vinculada ao neonazismo.
De acordo com a defensora pública Maíra Coaraci Diniz, responsável pelo núcleo, a Polícia Civil será informada sobre a denúncia e, caso fique comprovado que a loja cometeu crime, a defensoria poderá responsabilizá-la civilmente por isso.
Vou oficiar a loja pedindo esclarecimentos a cerca da venda do produto. Vou pedir informações à loja sobre essas roupas.
Procurar a empresa para dar informações porque foi disponibilizado esse material, e se ela tem conhecimento que a banda teria ligação com o neonazismo. Quero saber por que foi comercializado e quantas peças foram vendidas. Alguns grupos neonazistas podem utilizar a roupa para fomentar a intolerância. Dependendo das provas, a empresa pode ser passível de uma ação civil pública. Vender produtos de alusão ao neonazismo está agredindo aqueles que foram perseguidos pelos nazistas. O neonazismo prega a perseguição a todos aqueles que não foram arianos, afirmou a defensora.
Polícia Civil
A denfensora Maíra disse que iria procurar a Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância), da Polícia Civil de São Paulo, para buscar mais informações sobre a banda. Policiais da Decradi informaram ao G1 que a banda Skrewdriver teria ligações com grupos neonazistas e chegou a tocar num festival de música em Macaé, no estado do Rio de Janeiro, em 2009.
Procurada para comentar o assunto, a delegada Margarette Barreto, da Decradi, informou que ainda não foi procurada pela Defensoria, mas irá pedir informações à loja para saber quem forneceu as roupas com o símbolo do grupo musical.
A banda é neonazista. A própria delegacia já havia alertado as autoridades do Rio sobre a possibilidade de ela tocar num festival há alguns anos. Vamos tentar saber agora quem são os fornecedores das roupas aqui em São Paulo. Vamos investigar isso para saber se a loja tinha conhecimento do que a banda significa. Depois estudaremos se vamos instaurar inquérito para apurar a responsabilidade de quem tinha conhecimento disso, disse a delegada Margarette.
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