Homem forte da pré-campanha de Dilma Rousseff, o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel saiu da cena nacional há cerca de um mês. Antes presença garantida em agendas importantes da candidata, Pimentel não acompanhou a ex-ministra nos principais comícios públicos que começaram no último dia 16, no Rio, e esteve ausente do primeiro debate eleitoral dos presidenciáveis na TV, na quinta-feira passada. Nesta terça-feira (10), Pimentel volta à cena: estará ao lado de Dilma e do presidente Lula no mesmo palanque em um comício da Praça da Estação, a partir das 18 horas, em Minas Gerais.
Desde o início oficial da corrida presidencial, no dia 6 de julho, foram raras as aparições de Pimentel ao lado de Dilma em agendas públicas pelo País. O ex-prefeito praticamente participou apenas da inauguração do comitê político de Dilma, no dia 13 de julho, em Brasília. Aliado de primeira hora de Dilma, a justificativa oficial é a de que Pimentel se afastou do dia a dia da petista para se dedicar à sua campanha ao Senado em Minas Gerais.
Desde o dia 21 de julho, Pimentel mergulhou na eleição no Estado. Segundo a agenda em seu site oficial, Pimentel esteve em Brasília apenas no dia 27 de julho, mas o ex-prefeito vai a Brasília pelo menos uma vez por semana para participar das reuniões da coordenação da campanha.
Amigo de Dilma desde os tempos de militância política, Pimentel começou a ser isolado da campanha quando viu seu nome envolvido na polêmica do dossiê. Em junho, ele foi apontado como um dos supostos elos da campanha presidencial e um esquema de espionagem montado para prejudicar o pré-candidato tucano ao Planalto José Serra. À época, Pimentel negou envolvimento com as denúncias e Dilma descartou afastá-lo da coordenação.
No entanto, a avaliação de integrantes da campanha ouvidos pelo iG é a de que o episódio desgastou o ex-prefeito e contribuiu para que ele perdesse aos poucos força na coordenação. Voltado para a campanha do Senado, desde julho, Pimentel foi substituído nas viagens de campanha pela dupla de José Eduardo- Cardozo e Dutra- que se revezam.
Para os petistas, o ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci é o homem forte da campanha da candidata. Indicado pelo presidente Lula, Palocci dividia os holofotes com Pimentel na primeira fase da campanha, mas na nova etapa se consolidou como o principal coordenador da campanha. Pimentel era o Palocci da Dilma, mas campanha é acompanhar o dia a dia, senão você fica perdido, analisou um dirigente.
Assim como Dutra e Cardozo, Palocci abriu mão de disputar mandato político na eleição de 2010 para dedicação exclusiva à campanha petista.
Aliados de Pimentel admitem que o episódio enfraqueceu o candidato na campanha, mas negam que a crise tenha abalado a amizade dele com Dilma.
Corrida acirrada ao Senado
A imersão de Pimentel na eleição mineira revela a preocupação do candidato com as pesquisas de intenção de voto. Segundo a última Vox Populi/Band/iG, o ex-governador Aécio Neves (PSDB) lidera a corrida pelo Senado em Minas Gerais com 71% das intenções de voto, seguido pelo ex-governador e ex-presidente Itamar Franco (PPS), com 44%. Se a eleição fosse hoje, o ex-prefeito estaria fora, com 24%.
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