Lula: não vou 'inventar' ministro em reforma pré-eleição

Lula: não vou 'inventar' ministro em reforma pré-eleição

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:27

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a afirmar nesta quarta-feira que, na reforma ministerial que irá fazer até o início de abril, dará preferência para que os secretários-executivos da cada pasta, que equivalem ao segundo posto mais importante nos ministérios, assumam os cargos de primeiro escalão. Ao empossar Luiz Paulo Barreto, primeiro funcionário de carreira do Ministério da Justiça a ser alçado ao cargo de ministro desde a redemocratização, em substituição a Tarso Genro, Lula deu início à última mudança em sua principal equipe de governo.

"Todo mundo sabe e já é público que eu estou fazendo uma opção (pelos secretários-executivos). Muitos ministros querem ser candidatos, e é legítimo querer ser candidato, e na medida do possível (vou optar pelos secretários-executivos). Não vou inventar um novo ministro. Trazer uma pessoa nova significa um novo chefe de gabinete, um novo secretário-executivo, uma nova secretária. Até ele montar a equipe já acabou o mandato", disse Lula, para quem as mudanças de ministros podem provocar desgastes nos partidos políticos da base aliada.

"Não quero criar nenhum embaraço para ninguém, nem para um partido pedir um novo cargo nem para constranger (alguém tendo de remanejar pessoas dentro do ministério)", disse. "Quem sabe um dia a gente não tente inventar tanto e use a estrutura (do próprio ministério) para assumir cargos importantes", disse.

A pouco menos de dois meses do prazo final para que deixem os postos gestores públicos que pretendem concorrer a cargos eletivos em outubro, a Esplanada dos Ministérios pode sofrer uma debandada de mais de 40% dos chefes das pastas. Dos 37 ministros de Estado, 15 deles têm claras ambições eleitorais e pretendem se arriscar nas disputas por cadeiras no Congresso, em Assembleias Legislativas, nos governos estaduais e na Presidência da República.

Além de Tarso Genro e da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, provável candidata à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto, almejam se lançar na corrida pelos governos estaduais os ministros Hélio Costa (Comunicações), Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), Edison Lobão (Minas e Energia), Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) e Alfredo Nascimento (Transportes).

O pleito de 2010 trará ainda situações inusitadas, como a possível disputa entre dois integrantes do governo - Hélio Costa e Patrus Ananias - pelo mesmo cargo, o de governador de Minas Gerais, além da condição inédita de um chefe da autoridade monetária - o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles - se filiar ao PMDB, ainda como presidente do BC, para poder concorrer a um cargo eletivo.

Têm a Câmara dos Deputados e o Senado como alvos, por sua vez, os ministros Reinhold Stephanes (Agricultura), José Pimentel (Previdência) e Edson Santos (Igualdade Racial). Cogitando concorrer ao cargo de deputado federal, o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, recentemente filiado ao PT, poderia engrossar a lista de integrantes do primeiro escalão federal dispostos a enfrentar as urnas em outubro de 2010.

Ministério da Justiça

Ao empossar Luiz Paulo Barreto como novo ministro da Justiça, o presidente Lula destacou a estabilidade institucional da pasta e o fortalecimento de entidades subordinadas, como a Polícia Federal. Sem citar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que nos últimos dias tem subido o tom das críticas à ministra Dilma Rousseff, Lula afirmou que em gestões anteriores não se "conseguia executar uma política" no Ministério da Justiça pelo excesso de trocas de ministros. "Tivemos períodos em que tivemos nove ministros, oito ministros", disse. Nos oito anos do governo FHC houve nove ministros da Justiça diferentes.

"Temos uma situação bem mais evoluída do ponto de vista de estabilidade da própria instituição", disse Lula ao agradecer o papel de Tarso Genro no governo e de fazer votos de confiança à gestão de Barreto à frente do Ministério da Justiça.

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