Atacado por um tigre no zoológico de Cascavel, no Oeste do Paraná, Vrajamany Rocha, de 11 anos, retornou a São Paulo no fim da tarde desta quinta-feira (7), ansioso para voltar às aulas. “Ele me pediu pelo amor de Deus para não tirar ele da escola”, disse ao G1, por telefone, Mônica Fernandes Santos, de 37 anos, mãe do garoto.
O menino de nome inspirado na cultura indiana, que significa, na tradução da matriarca, “pessoa querida, uma joia”, teve o braço direito amputado na altura do ombro após ser atacado por um tigre em 30 de julho, durante passeio de férias na cidade onde vive seu pai. Na ocasião, ele ultrapassou a grande de proteção para acariciar e alimentar o felino.
Mônica revela que o filho recebeu muitas mensagens de apoio dos colegas de escola, que prometeram ajudá-lo nesse período de reabilitação. “Os amigos mandaram mensagens pelo Facebook, disseram que vão fazer a lição com ele, e ajudá-lo a se recuperar.” Ela comenta que o garoto é destro e terá que reaprender a escrever, mas ainda não há previsão para que ele volte a estudar.
Filho de pais separados, o garoto mora com a mãe na Zona Norte da capital. Ao chegar à sua casa, foi recebido pelos animais de estimação e por parentes, que acompanhavam a distância a recuperação do menino. “Ele está cansado. Cumprimentou todo mundo, e estava morrendo de saudades dos cachorros", conta Mônica.
Para a mãe, o acidente foi uma fatalidade, provocada pela empolgação do filho com a beleza do animal. “Foi mais a coisa da criança, ele viu animal bonito e não teve noção do perigo, do risco que poderia oferecer", defende.
Ela ainda afirma que a maior preocupação do menino, após o acidente, era saber se o felino estava vivo, e bem. “Desde o momento que se acidentou falou do tigre para o pai e para mim. Falei que o tigre está bem, que não tem culpa, que ele também não tinha culpa. Ele tinha medo que machucassem o bicho.”
Ao acordar da cirurgia e se dar conta de tudo que tinha ocorrido, ela comenta que o filho ficou bastante emocionado. “Quando soube, chorou um pouco. Depois, com o apoio da família toda, choramos mais de emoção do que pela perda [do braço]”.
Nos primeiros dias de recuperação, Mônica revela que Vrajamany reclama do que os médicos definem como dor fantasma. “Ele sente uma dor na mão que ele perdeu. Não é constante, é uma fisgada. Mas está tranquilo, se recuperando bem. Ele é tranquilo, está tudo dentro da normalidade.”
Enquanto cuida do pós-operatório do filho – a cirurgia de amputação exigiu 15 pontos – Mônica planeja com calma a reabilitação. Ainda no hospital em Cascavel, ela recebeu a informação de que uma empresa de Sorocaba, no interior paulista, estaria interessada em doar uma prótese ao menino.
Aos poucos retomando a rotina, Mônica pretende procurar pelo contato indicado, mas também deseja levar o filho ao Centro de Reabilitação Lucy Montoro antes de prometer qualquer alternativa ao garoto. “Pretendo levar ele lá e ver as possibilidades. Não quero criar nenhuma expectativa. Não sei se é possível ele usar uma prótese, quais existem. Quero ver primeiro para que ele não fique triste.”
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