Mãe de Isabella é testemunha-chave em júri popular do casal Nardoni

Mãe de Isabella é testemunha-chave em júri popular do casal Nardoni

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:26

Começa na próxima segunda-feira (22) o júri do ano, que decidirá se Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta de Isabella Nardoni, são culpados ou inocentes pela morte da menina, jogada do 6º andar de um prédio na zona norte de São Paulo em 29 de março de 2008.

Dois anos depois do crime que parou o país, o casal que responde por homicídio triplamente qualificado se prepara para enfrentar o banco dos réus. Durante a sessão no Fórum de Santana, serão ouvidos 24 depoimentos, entre eles, o da mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, considerada testemunha-chave da acusação.

"Ana, que conhece melhor do que ninguém os protagonistas de tudo isso, conviveu durante um tempo com um dos réus [Alexandre]. Depois, com a outra ré, também teve contato [Anna Jatobá]. Ela conhece bem toda a história de vida dessas pessoas", afirma o promotor do caso, José Francisco Cembranelli.

"E ela, conhecendo e sabendo detalhes de cada um, estabeleceu a sua própria verdade, que é a nossa verdade. Então, ela apoia a tese da Promotoria. A sua opinião é de que aconteceu tudo que eu descrevi na denúncia e é por isso que ela está arrolada também como uma testemunha desse processo", complementa.

A denúncia afirma que, no dia do crime, a família subiu unida ao apartamento do edifício London. Isabella já teria sido agredida com um instrumento contundente na cabeça no carro do casal. Alexandre a teria levado inconsciente até a sala. Em seguida, a madrasta mais uma vez a agrediu. Depois, o pai cortou a proteção da janela e a jogou, ainda inconsciente.

Já os Nardoni afirmam que Alexandre subiu sozinho até o apartamento com Isabella dormindo no colo. Deixou-a na cama e voltou para buscar a madrasta com os outros dois filhos. Quando voltaram, a luz estava acesa e Isabella havia desaparecido. Viram a tela de proteção rasgada e a garota no jardim. Correram para buscar ajuda.

Preparativos para o júri

As duas versões devem ser apresentadas aos jurados durante pelo menos três dias a partir da próxima segunda-feira. Por causa do número de testemunhas, o juiz Maurício Fossen, do 2º Tribunal do Júri, reservou o plenário por uma semana. Ele também já requisitou reforço por causa da grande repercussão do caso: solicitou um médico para plantão e uma ambulância, equipada com equipamentos necessários e socorrista, duas viaturas para uso durante os trabalhos de julgamento, aumento no efetivo de agentes de segurança no prédio, para proteger o patrimônio público, e reforço policial.

Nesta terça (16), o desembargador Luís Soares de Mello, da 4ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, negou habeas corpus à defesa do casal, que pretendia adiar o julgamento. O advogado Roberto Podval pediu a produção de novas provas e alegou cerceamento de defesa. Para o magistrado, o pedido tinha "nítido caráter protelatório".

O Tribunal de Justiça já sorteou os 40 jurados dos quais 25 comporão inicialmente o Conselho de Sentença. São 17 homens e 23 mulheres, maiores de 18 anos e residentes em São Paulo. Destes, restarão sete, escolhidos um a um no início da sessão do dia 22.

O esquema para a cobertura do júri também será definido em uma reunião especialmente convocada na sede do TJ-SP, no centro da capital. Até o momento, dos 77 lugares disponíveis em plenário, os jornalistas poderão ocupar 20. Será proibido filmar, gravar ou entrar com laptops, para não atrapalhar a sessão.

Por: Rosanne D'Agostinho

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