A mãe que foi obrigada pelo Conselho Tutelar de Fernandópolis, a 553 km de São Paulo, a frequentar a escola junto com a filha de 14 anos para evitar que ela falte às aulas teve que abandonar o emprego como empregada doméstica para cumprir a tarefa. A medida foi tomada após os pais procurarem o próprio conselho pedindo ajuda a jovem já faltou mais de 30 dias apenas este ano.
Os pais levavam a adolescente até a porta da escola, mas ela insistia em sair. Eu ficava na rua. Eu e minha amiga. Porque nós não gostamos de estudar. Aí ficava na casa de uns colegas nossos, disse a jovem, que não foi identificada. É o resultado de um erro que eu cometi, ela está me acompanhando. E agora eu acho bom.
O acompanhamento será feito por tempo indeterminado. Existe denúncia e informação a este conselho tutelar de que a adolescente evadia-se da escola constantemente, frequentava as ruas, estava em situação de risco, ou seja, consumindo bebida alcoólica, disse o conselheiro tutelar Allan Mateus.
Nós esperamos que essa decisão que foi tomada pelo conselho e ratificada pela Vara da Infância e Juventude também contribua para explicar para menores, os adolescentes principalmente, que a escola é muito importante. Escola e família, duas instituições muito importantes da Justiça, explicou o juiz da Infância e Juventude Evandro Pelarin. Fernandópolis ficou conhecida por medidas polêmicas tomadas para combater a evasão escolar e a criminalidade entre os adolescentes. Eles não podem ficar nas ruas depois de 23h desacompanhados de um responsável.
Há dois meses, está em vigor o toque de recolher nas escolas. Os adolescentes que são flagrados nas ruas pela Polícia Militar no horário em que deveriam estar assistindo às aulas, são recolhidos e levados de volta para a escola.
Desde que a medida passou a valer, dez alunos já foram flagrados nesta situação. Agora, mais uma medida que provoca discussão. Achei legal, porque evita que ela mate a aula e ajuda ela a estudar, elogia uma jovem. Geralmente, muitas mães trabalham e não têm tempo. Eu acho que teria que existir outro meio para isso, criticou uma mulher.
O diretor da escola não quis gravar entrevista, mas disse, por telefone, que a jovem conseguia sair da instituição pelo portão principal ou pela entrada dos professores.
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