Mais de 13 mil pessoas moram nas ruas de São Paulo, diz Prefeitura

Mais de 13 mil pessoas moram nas ruas de São Paulo, diz Prefeitura

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:23

A população de rua de São Paulo, a cidade mais rica do país, só cresce. Segundo o último levantamento da Prefeitura, são 13.666 pessoas vivendo nas ruas da capital paulista apesar da oferta de empregos e do bom momento da economia no Brasil todo.

Quem trabalha com os sem-teto lamenta. “A população em situação de rua cresce. A gente vê que a economia está num momento bom. Então, pela lógica seria uma redução, mas acho que falta um olhar específico para cada indivíduo”, afirma Douglas Bordini, coordenador da Associação Beneficente e Comunitária do Povo.

Na grande maioria, os sem-teto são homens. Quase 75% usam álcool, drogas ou ambos e mais de 70% são analfabetos e não terminaram o ensino fundamental.

A evasão escolar é um problema que o Ministério Público quer atacar. Pela primeira vez, foi aberto um inquérito para investigar por que crianças de uma das áreas mais pobres de São Paulo, a Zona Leste, abandonam a escola. “Se nós tivermos uma educação de qualidade, nós não teremos esse desvio para criminalidade”, defende a promotora de Justiça Michaela Carli Gomes.

Ficha de emprego, conta em banco: para tudo se exige endereço e pouquíssimas empresas aceitam endereços de albergues. “Hoje nós temos perto de 10 mil albergados e muitos deles estão capacitados a se tornarem profissionais responsáveis”, fala Alda Marco Antônio, vice-prefeita de São Paulo e secretária de Assistência e Desenvolvimento Social.

Anderson Lopes Miranda é coordenador do Movimento Nacional da População de Rua e luta para que o progresso econômico chegue até as ruas onde ele viveu por mais de 15 anos. Para ele, o cuidado com a saúde mental tem que ser prioridade.

“Nós precisamos de repúblicas terapêuticas, casas de cuidado menores. Não manicômios grandes que depois você fecha as portas e esse cidadão, essa cidadã, vai pra rua porque rompeu com a família, perdeu o vinculo familiar. Se você ofertar coisas dignas, de qualidade, essa pessoa volta e não fica mais na rua”, diz Anderson.

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