O major morto durante uma tentativa de assalto a uma loja de material de construção na Zona Sul de São Paulo, nesta quarta-feira (7), estava na Polícia Militar havia 26 anos. Sandro Moretti da Silva Andrade, de 46 anos, era subcomandante do batalhão de Santo Amaro.
A tentativa de assalto aconteceu no M'Boi Mirim. Pelo menos oito pessoas foram feitas reféns e libertadas sem ferimentos, segundo a PM. O homem que disparou contra os policiais já teria chegado morto ao Hospital do M'Boi Mirim para onde os baleados foram encaminhados. Andrade morreu quando era levado para a sala de cirurgia. Ele foi atingido na barriga. O estado de saúde de um terceiro ferido, um soldado da PM atingido no ombro esquerdo, era estável nesta manhã, de acordo com a PM. Nesta madrugada, a Polícia Científica realizou a perícia na loja de material de construção.
Andrade começou a carreira como bombeiro em São José do Rio Preto, no Noroeste de São Paulo. O sonho dele era ser policial e foram mais de 26 anos de trabalho na PM do interior. Os colegas o consideravam um profissional exemplar.
No ano passado, Sandro foi promovido de capitão a major e foi transferido para a capital. Primeiro, ele trabalhou em Parelheiros, no extremo da Zona Sul e há cinco meses assumiu o cargo de subcomandante. O policial de 46 anos era casado e tinha quatro filhos. Em nota, a PM informou que já era fim do expediente quando Sandro soube da ocorrência na Estrada do MBoi Mirim e que ele foi ao local acompanhar a negociação feita por policiais de sua unidade.
Sem colete à prova de balas
A PM diz que ele estava devidamente fardado para a função administrativa, sem colete salva-vidas, mas que o acessório é obrigatório em atividades ostensivas.
A Polícia Militar vai investigar se o major emprestou o colete à prova de balas que deveria usar a um jornalista que acompanhava a operação. A informação foi confirmada nesta quinta-feira (8) pelo coronel Marcos Roberto Chaves da Silva, responsável pelo Comando de Policiamento da capital.
Já o coronel Álvaro Camilo, comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, afirmou que Andrade descumpriu a recomendação da corporação sobre o uso do colete à prova de balas. Segundo Camilo, o uso do equipamento é obrigatório para todos os policiais militares fardados em operação. O comandante-geral afirmou desconhecer a informação sobre o empréstimo do colete, e que isso será apurado no âmbito administrativo da corporação.
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Ele não seguiu as orientações e normas da PM que determina o uso obrigatório do colete quando se está fardado e em atividade operacional. O uso do colete, bem como da pistola calibre 40 e do gás de pimenta, é de uso individual de cada policial militar. Houve uma falha operacional neste caso, mas quero deixar claro que ele morreu como herói tentando salvar outras vidas, disse Camilo.
O comandante-geral não soube dizer se Andrade estava negociando a libertação dos reféns quando foi baleado. Entretanto, ele salientou que o major tinha curso de gerenciamento de crise, trabalhou por um tempo no Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) e tinha toda a capacitação para agir numa situação como essa.
Ainda de acordo com o coronel Álvaro Camilo, a morte do major era inevitável já que o tiro atingiu uma parte do ombro que o colete não protegeria, atingindo órgãos importantes.
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