Marido de falsa psicóloga diz no TJ-RJ que nunca desconfiou dela

Marido de falsa psicóloga diz no TJ-RJ que nunca desconfiou dela

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:26

Pais que denunciaram falsa psicóloga

acompanharam interrogatório

(Foto: Lilian Quaino/ G1)

  O marido da falsa psicóloga , disse na tarde desta quinta-feira(22) ao juiz da 11ª Vara Criminal, Alcides da Fonseca Neto, que nunca desconfiou que sua mulher, com quem vive desde 2006, não tivesse se formado em psicologia.

Preso sob a acusação de estelionato e crimes contra as relações de consumo, ele negou ao juiz que fosse o administrador da clínica que a mulher dirigia. Segundo explicou, como marido, ele apenas a ajudava em pequenas tarefas como ir a banco, entregar documentos e pagar funcionários.

Ele e a mulher seriam donos de uma clínica especializada em tratamento de crianças e jovens portadores de autismo.

O acusado foi interrogado na tarde desta quinta na 11ª Vara Criminal. A mulher dele também seria ouvida mas seu interrogatório foi adiado para a próxima quarta-feira (28) porque, segundo explicou o juiz, como a falsa psicóloga foi solta na quarta-feira (21) por um habeas corpus, teria de ser intimada para o interrogatório, o que o tribunal não teve tempo de fazer de um dia para o outro.

O promotor Celso Loureiro disse que procuradores que atuam nas Câmaras estão redigindo uma petição para pedir que o habeas corpus em favor da falsa psicóloga seja revisto.

Oito pais e mães de crianças que foram atendidas na clínica assistiram à audência, entre eles Gilson e Candisa Andrea, pais do menino Igor. Foram eles que descobriram que a dona da clínica não era psicóloga e a denunciaram à polícia.

A falsa psicóloga vai responder ao processo por estelionato, crime contra as relações de consumo e falsidade ideológica em liberdade. Ela foi presa em abril passado na casa onde funcionava o centro de tratamento especializado fundado por ela. Segundo denúncia do Ministério Público (MP), ela se passava por psicóloga, embora tivesse cursado apenas os dois primeiros períodos da faculdade de psicologia. De acordo com o MP, ela atuava há 12 anos e seu marido era o responsável pela administração da clínica. O casal teria obtido vantagem ilícita de cerca de R$ 400 mil. Na lista de vítimas constam 31 pacientes.

De acordo com informações do TJ, o juiz vai concluir a série de audiências de instrução e julgamento iniciada em 9 de setembro. O magistrado já ouviu mais de 60 testemunhas de acusação e defesa.

12 anos de farsa

Segundo a polícia, ela atuava há 12 anos como psicóloga e atualmente "tratava" de cerca de 60 pacientes. Imagens feitas no centro de tratamento mostram a mulher conversando com uma delegada, pensando se tratar da mãe de um futuro paciente.

De acordo com a polícia, ela cobrava, em média, R$ 90 por hora. Na delegacia, segundo a polícia, a falsa psicóloga disse, informalmente, só ter cursado dois períodos da faculdade de psicologia.        

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