A ex-senadora Marina Silva (PV-AC) criticou nesta quarta-feira (18) o que classificou de "uso político" da polêmica em torno da evolução patrimonial do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci.
Para Marina, partidos de oposição e integrantes da bancada ruralista estariam utilizando o episódio para prejudicar o debate de questões ambientais no texto do novo Código Florestal na Câmara.
"Toda e qualquer denúncia deve ser investigada pelas autoridades competentes. O que não se pode admitir é que partidos ou pessoas possam fazer uso político dessas denúncias para prejudicar mais ainda o interesse público [de debater o Código Florestal] como estão fazendo aqui [na Câmara] o PSDB, o DEM, a bancada ruralista em prejuízo das florestas", argumentou Marina.
As críticas da ex-senadora se referem à sessão extraordinária realizada na manhã desta quarta, que teria o objetivo de analisar um pedido de votação imediata do código, mas acabou sendo monopolizada na discussão de três requerimentos da oposição que tentavam convocar Palocci para esclarecer seus rendimentos. Todos os requerimentos acabaram rejeitados, e a votação do texto do Código Florestal acabou marcada para a próxima terça-feira.
Sem mencionar o nome de Palocci em nenhum momento, Marina, quando questionada sobre a demora do ministro em apresentar esclarecimentos sobre o caso, afirmou que quando foi alvo de denúncias apresentou ao Ministério Público um pedido para que fosse investigada. A ex-senadora concluiu o pensamento dizendo "que quem não deve não teme".
"Não se pode ficar refém de qualquer tipo de chantagem política. Isso é a velha política. Foram feitas denúncias levianas contra mim e o que fiz foi ir ao Ministério Público para que o Ministério Público investigasse. Quando a gente não deve a gente, não teme", disse Marina.
Acordo
Marina foi ao Salão Verde da Câmara no final da tarde desta quarta para criticar o acordo firmado entre os líderes partidários da Casa que acabou com uma emenda ao texto do relator Aldo Rebelo (PCdoB-SP). A ex-senadora afirmou que o acordo dos líderes representava "um liberou geral" em torno do cultivo em Áreas de Preservação Permanente (APPs) e da isenção de pequenos produtores da obrigação de recompor reserva legal.
"A sociedade civil não foi ouvida em relação a suas propostas e preocupações que levantou em relação ao 'liberou geral' nas áreas de preservação permanentes. Esse acordo está entregando as nossas florestas. O PV vai obstruir, vai votar contra, vai denunciar o acordo", afirmou Marina.
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