Mesmo sem greve, um terço dos voos domésticos sofre atrasos

Mesmo sem greve, um terço dos voos domésticos sofre atrasos

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:02

Dos 1.131 voos domésticos programados até as 12h desta quinta-feira (23) nos principais aeroportos do país, 373 sofreram atrasos de mais de meia hora (33% do total) e 57 foram cancelados (5%). Entre os 86 voos internacionais, 25 atrasaram (29,1%) e três foram cancelados (3,5%). Os números fazem parte de balanço divulgado pela Empresa Brasileira de Infraestrurura Aeroportuária (Infraero).

Os passageiros enfrentam alguns transtornos, mesmo sem a greve dos funcionários das empresas aéreas.

A paralisação dos aeronautas e aeroviários estava prevista para começar nesta quinta e foi suspensa até, pelo menos, o próximo mês. A decisão foi tomada em assembleia realizada às 5h, na sede do Sindicato Nacional dos Aeronautas, em São Paulo.

De acordo com os sindicalistas, os trabalhadores estão "atendendo a um pedido da sociedade". "Os passageiros não serão prejudicados durante as festas. Em janeiro, vamos avaliar se haverá uma paralisação", afirmou o presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Gelson Dagmar Fochesato.

Mas os funcionários também estão seguindo uma decisão judicial. Na noite de quarta, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou que 80% do efetivo dos aeronautas e aeroviários continuem em atividade para viabilizar o transporte aéreo em todo o território nacional, no período entre 23 de dezembro e 2 de janeiro. Em caso de descumprimento da ordem, a multa diária seria de R$ 100 mil.

Insatisfeitos com a suspensão da greve, em Brasília, funcinários fizeram uma manifestação, por volta das 8h. O protesto causou lentidão no trânsito das vias de acesso ao aeroporto. O grupo percorreu o saguão do aeroporto, gritando palavras de ordem e pedindo reposição salarial e a “divisão” do lucro das companhias aéreas com os empregados. Em Guarulhos, sindicalistas discutiram com empregados de aéreas no início do dia.

Atrasos

No Rio de Janeiro, no aeroporto Santos Dumont, dos 65 voos previstos até as 12h, 11 atrasaram (16,9%) e 13 foram cancelados (20%). No Galeão, dos 56 voos, 30 atrasaram (35,6%) e dois foram cancelados (3,6%).

No aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, dos 90 voos programados, 39 atrasaram (43,3%) e três foram cancelados (3,3%). Em Congonhas, na Zona Sul da capital paulista, dos 96 voos, 25 atrasaram (26%) e 19 foram cancelados (19,8%).

Em Brasília, dos 89 voos, 40 atrasaram (44,9%) e um foi cancelado (1,1%).

Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, os passageiros não encontram dificuldades para embarcar. No aeroporto da Pampulha, todos os 16 voos ocorreram no horário programado. No aeroporto de Confins, dos 63 voos, 17 atrasaram (27%) e dois foram cancelados (3,2%).

Surpresos

Para os passageiros, a tranquilidade nos aeroportos nesta manhã é uma surpresa. “Fiz check-in pela internet, já prevendo que talvez nem conseguiria embarcar. Achei que estaria a maior bagunça. Melhor assim”, disse o analista de suporte técnico, Paulo Henrique, de 34 anos, que aguardava a partida de seu voo no aeroporto de Confins, nesta manhã.

Antes de sair de casa, a arquiteta Gizelli Sousa, de 27 anos, consultou a internet para saber se conseguiria embarcar. "Está até mais tranquilo do que nos dias normais”, contou ela.

No Rio, a auxiliar de gabinete Cristiane Nascimento, preferiu não entrar na internet ou telefonar para a companhia aérea, mas chegou cedo para garantir o embarque. "Vim na sorte. Preferi arriscar, já que ficaria mais nervosa se não conseguisse contato com a companhia. Graças a Deus está tudo tranquilo. Fizemos o check-in sem problemas, tudo está funcionando", comentou.

Alvino Cardoso de Oliveira, de 57 anos, chegou ao aeroporto de Guarulhos sete horas antes do voo. “Vim às 6h20 por medo da greve”, disse. Ele irá viajar às 13h30 para Foz do Iguaçu, no Paraná, com a mulher e os dois filhos pequenos. “Deixei todo mundo em casa e vim para fazer o check in. Fiz por precaução. Imagina, programa o ano inteiro e no fim acaba furando a viagem [por causa da paralisação]. Assim não dá”, brincou.

Propostas

Gelson Dagmar Fochesato, presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, disse que os funcionários das aéreas foram surpreendido pelas decisões judiciais e afirmou que, mesmo sem a greve, é possível haver atrasos em aeroportos porque os aeronautas e aeroviários estão trabalhando acima do limite.

O presidente do Sindicato Nacional de Empresas Aeroviárias (Snea), José Marcio Mollo, disse em entrevista à rádio CBN que a entidade fez nesta madrugada uma proposta de reajuste de 8% aos trabalhadores, elevando a proposta inicial de 6,05% e aguarda uma nova posição dos trabalhadores. Os aeroviários solicitam aumento de 13%.

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