Mizael acusa delegado, jura pela filha e diz que prefere morrer do que a prisão

Mizael acusa delegado.

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:08

MizaelWanderley Preite Sobrinho

Acusado pela morte da ex-namorada Mércia Nakashima em maio de 2010, o advogado Mizael Bispo de Souza prestou depoimento nesta quarta-feira (13) diante dos sete jurados que nesta quinta-feira vão decidir seu destino. Em tom de desabafo, ele recorreu a Deus diversas vezes, jurou pela vida da filha, responsabilizou o delegado do caso por seu indiciamento e disse que preferia a morte à prisão.

“Não, excelência.” Foi respondendo sobre a culpa atribuída a ele que Mizael deu início a seu depoimento. Poucos minutos depois, e ele voltava a se defender, agora com mais clareza: “Eu não tenho coragem de tirar a vida de ser humano nenhum. Quem tem esse direito é quem nos deu.”

Mizael começou a responder aos questionamentos falando alto, dizendo que finalmente tinha a oportunidade de se defender da “injustiça” que lhe faziam. Ele chegou a olhar feio para seu defensor Samir Haddad Junior, que conversava enquanto ele tentava se defender. Com o decorrer de seu depoimento, no entanto, o réu ficou mais à vontade: falou mais pausadamente, fez piada e se preocupou em se dirigir aos jurados quando precisava responder às questões.

O advogado recorreu a Deus mais de dez vezes nas duas horas em que pôde argumentar. “Contribuí tanto com as investigações que fui à delegacia sempre que me pediam. Deus sabe da minha consciência”, afirmou. Disse que pede a Deus que o outro réu do processo, Evandro Bezerra da Silva, deixe de acusá-lo. “O senhor não sabe quanto eu tenho dobrado os joelhos para ser julgado por anjos de Deus”, disse ele ao se referir ao júri.

Questionado sobre a represa de Nazaré Paulista, onde o corpo foi encontrado, ele jurou pela filha: “Juro pela minha filha que eu nunca fui à represa”. Para outra acusação, repetiu o juramento: “juro pela vida da minha filha que eu não andava armado”.

Contundente, o acusado não mostrou medo ao acusar os policiais que lhe investigaram - especialmente o delegado Antônio de Olimm \"candidato a deputado no ano que vem”. “Criaram uma situação pessoal do delegado para se promover às minhas custas”. Para Mizael, a polícia “não queria o autor do crime, queria um culpado”. “Se alguém abrir aquela porta e dizer que matou a Mércia, ninguém vai acreditar”.

Por mais de uma vez, o interrogado chegou a dizer que prefere morrer a permanecer na cadeia. “Ninguém merece a prisão. É melhor a morte.”

“No presídio, dizem \'fizeram minha mão. No meu caso, fizeram o meu pé”.

- Ele negou as supostas brigas com Mércia por honorários advocaticios:

“Uma cogitação absurda. […] Os honorários iam para a minha conta e eu repassava para ela”, disse. “Depois que o escritório dela começøu a andar sozinho, paramos de dividir honorários.”

- Relacionamento

“Quando namorava firme, nunca a trai”, afirmou. “Nosso relacionamento era aberto. Eu disse que iria casar em setembro com uma menina de 20 anos na Bahia.”

- Provas

“As provas não me incriminam porque elas não me colocam na cena do crime. Criaram uma situação pessoal.”

- Polícia

“Nunca queiram ser vítimas da polícia.”

- Evandro

“Ele estava devendo uma grana acumulada para mim”, afirmou Mizael sobre sua relação profissional com o suposto comparsa. “Eu não conheço nenhum parente do Evandro”.

- Telefone frio usado por ele no dia do crime

“Eu comprei um chip na Oi. A moça me disse que estava cadastrado em nome de outra pessoa, eu disse que tudo bem porque era pré-pago mesmo...”

- O culpado

“Não faço ideia de quem matou a Mércia”


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