Bombeiros trabalhavam no rescaldo do incêndio no final da manhã desta quarta (Foto: Clara Velasco/G1)
Moradores da Favela Canto do Rio Verde, na Vila Andrade, na Zona Sul de São Paulo, que foi atingida na manhã desta quarta-feira (22) por um incêndio, aguardavam o atendimento emergencial da Prefeitura nesta tarde para receber cesta básica, colchões e kits de higiene. Muitos não conseguiram recuperar nada de suas casas quando o fogo se alastrou. Quando vi as chamas, entreguei nas mãos de Jesus Cristo. Saí na mesma hora sem pegar nada, disse o aposentado Zumerindo Alves Moreira, de 66 anos. A dona de casa Gislaine Moreira do Santos, de 17 anos, vizinha e neta de Zumerindo, contou que também não conseguiu retirar os móveis, roupas e eletrodomésticos da sua casa. Eu estava dormindo na hora que o fogo começou. Quando vi, peguei minha filha, algumas roupas dela e saí, disse. Seu marido, o desempregado Weberton Conceição dos Santos, de 22 anos, conseguiu tirar o botijão de gás da casa e a televisão, mas, segundo ele, o aparelho foi roubado. Nós perdemos cama, guarda-roupa, geladeira, roupa, mantimento. Mas pelo menos ninguém se feriu."
Gislaine, Zumerindo e Weberton tiveram suas
casas atingidas pelo fogo (Foto: Clara Velasco/G1)
Além dos móveis, a vendedora de verduras Gizane da Silva, de 39 anos, disse também que perdeu a casa. Eu vi que queimou bastante coisa minha. Não sei como está a casa, mas, pelo que olhei, acho que não dá para voltar mais."
Gizane também estava dormindo no momento em que o incêndio começou. Consegui salvar os carros que uso para vender verduras, mas perdi o resto. Minha maior preocupação é o guarda-roupa, pois é lá que estão todos os documentos da minha família. Segundo ela, seu desespero foi tanto que teve que tomar calmantes. Agora estou melhorando pouco a pouco. Não tenho parente aqui perto para onde ir, mas eu me arranjo. A gente se vira, o que vale é estar com saúde, disse.
Atendimento emergencial
Funcionários da Secretaria de Assistência Social estavam no local no início da tarde desta quarta para fazer o atendimento emergencial e o cadastramento dos moradores cujas casas foram atingidas pelo incêndio. De acordo com o subprefeito do Campo Limpo, Alexandre Comte, a prioridade no momento é fornecer artigos básicos de cesta básica para as famílias.
Quanto ao destino dos desabrigados, o subprefeito afirmou que as pessoas podem procurar casas de parentes ou mesmo ser encaminhadas para abrigos. A longo prazo ainda é um pouco cedo pra falar, pois essa é uma área particular. Então o que estamos fazendo antes é o levantamento das vítimas, disse.
Moradores aguardavam em fila pelo atendimento emergencial e
cadastramento das vítimas do incêndio (Foto: Clara Velasco/G1)
Incêndio
Segundo o coronel Carlos Antônio de Souza, que comandou o combate às chamas no local na manhã desta quarta, duas pessoas tiveram ferimentos leves. Uma delas queimou uma das mãos. A área consumida pelas chamas é de cerca de 2 mil metros quadrados.
Durante o incêndio, moradores chegaram a jogar baldes de água para combater o fogo. Um helicóptero Águia da Polícia Militar (PM) sobrevoou o local para ajudar os bombeiros a identificar os focos de incêndio. O capitão Jean, do Corpo de Bombeiros, disse à GloboNews que 25 barracos ficaram destruídos.
Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia
O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições