Mortes violentas crescem no Nordeste e caem no Sul, aponta IBGE

Mortes violentas crescem no Nordeste e caem no Sul, aponta IBGE

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:07

A proporção de mortes violentas no Brasil apresenta uma tendência de queda nas regiões Sul e Sudeste, mas aumenta no Norte e no Nordeste, segundo a pesquisa Estatísticas do Registro Civil de 2009, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (12). Nos últimos 15 anos, a porcentagem desse tipo de óbito em relação ao total geral pulou de 16,57% no Norte e 12,53% no Nordeste, para 17,94% e 15,07% respectivamente.

No mesmo período, o Sudeste também teve um aumento, mas depois apresentou recuo. Em 1994, 15,31% das mortes na região foram violentas. O número chegou a 17,11% em 1999, mas passou a recuar, atingindo 16,63% em 2004 e,  em 2009, 14,26%

"Óbitos violentos", para o IBGE, são homicídios, suicídios e aqueles causados por acidentes de trânsito.

As estatísticas da pesquisa são publicadas desde 1974. O levantamento acompanha a evolução populacional no Brasil, e proporciona estudos demográficos e subsídios para implementação de políticas públicas.

De acordo com o IBGE, as informações foram prestadas pelos cartórios de Registro Civil, Varas de Família, Foros ou Varas Cíveis e os Tabelionatos de Notas do País.

Para o gerente da pesquisa, Adalton Bastos, uma estatística mostra bem os movimentos diferenciados. "Cinco anos atrás, o Sul e o Nordeste tinham mais ou menos a mesma taxa de mortes violentas [13,83% e 13,54%, respectivamente]. Mas, de lá para cá, o número caiu no Sul e subiu no Nordeste [para 13,73% e 15,07%]", explicou ele ao G1.

Ainda assim, ele afirma que as reduções no Sul e no Sudeste não podem ser muito comemoradas. "É uma tendência de queda, mas ainda assim é um número muito alto de óbitos violentos", afirma. Para ele, a tendência de queda no Sul e Sudeste é mais expressiva que o aumento no Norte e Nordeste. "É um aumento que existe, mas é pequeno", disse.

Bastos comemorou também a redução nos "subregistros" tanto de óbitos quanto de nascimentos no Brasil. "A falta de notificação ainda é comum, principalmente nas cidades mais afastadas", afirmou. Os subregistros de óbitos caíram de 17,8% em 1999 para 9,5%, em 2009, no país. Os de nascimentos, de 20,7% em para 8,2%.

A maior parte dos subregistros, segundo ele, ocorre nas mortes de crianças com menos de 1 ano – 43% do total em 2009. Para Bastos, existe uma "cultura de não registrar esse tipo de óbito", principalmente nas cidades menores. "Existe aquela crença de que a criança pequena é um anjo, sem pecado, e quando elas morrem acaba não ocorrendo o registro do óbito", afirma.

A mortalidade infantil segue a tendência de queda em todo o país. A região com a maior redução é a Norte, de 32,4% em 1999 para 20% em 2004 e 12,4% em 2009; seguida pelo Nordeste (23,3% para 13,1, para 11,4%, respectivamente). No Brasil, o índice caiu de 21,4 em 1999, para 14,8% em 2004, para 12,1% em 2009.

Por: Marília Juste

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