Motorista de carro de som que fez alerta em Areal teve casa destruída

Motorista de carro de som que fez alerta em Areal teve casa destruída

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:00

O motorista encarregado de fazer o alerta em Areal, na Região Serrana do RJ, sobre a cheia dos rios Preto e Piabanha, não teve tempo de tirar nada da própria casa que foi levada pela correnteza.

Wallace dos Santos usou o carro de som da rádio comunitária. Ele teve apenas duas horas, tempo suficiente para que os moradores saíssem de casa sãos e salvos.

“Alguns amigos me falaram para não ir tão longe. Mas a intenção era salvar as pessoas independente do que pudesse acontecer”, conta.

No reencontro com os moradores da comunidade ribeirinha, ele ganhou abraços e um apelido: agora ele é conhecido agora como ‘Anjinho’.

A enchente do Rio Preto atingiu Areal durante o dia na quarta-feira. Quando o prefeito viu o rio subindo rapidamente, ligou para a cidade de São José do Vale do Rio Preto, que fica rio acima, e descobriu que a água havia invadido a cidade. Foi então que decidiu gravar um alerta para os moradores de Areal.

"A prefeitura municipal de Areal informa: alerta máximo. Em virtude das chuvas, solicitamos que os moradores das margens dos rios Preto e Piabanha fiquem de alerta máximo e se retirem para lugar seguro, pois o leito estará subindo nos próximos minutos", dizia a gravação.

A iniciativa simples e barata permitiu que várias famílias saíssem de suas casas a tempo. Oitenta casas foram destruídas. Há quase 300 desabrigados. Muita gente perdeu móveis, roupas, tudo que tinha. Mas, na cidade de quase 10 mil habitantes, não se perdeu uma única vida no meio dessa enorme tragédia.

Parte dos moradores de Areal está isolada depois da abertura de uma cratera na ponte que liga o Bairro da Ilha à Rua Afonsina. O comércio está fechado e o hospital sem médicos. O atendimento a feridos e doentes está concentrado em postos de saúdes.

Desde a noite de terça-feira (11), mais de 600 pessoas morreram na Região Serrana com as chuvas que castigaram principalmente as cidades de Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto.

Outros dois municípios também tiveram áreas devastadas: Bom Jardim e Areal.  A Defesa Civil não descarta a possibilidade de haver vítimas fatais nessas cidades. Esta já é a maior tragédia climática da história país.  

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