'Mudei minha via quando meu filho nasceu', diz pai tardio

'Mudei minha via quando meu filho nasceu', diz pai tardio

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:31

Especialistas afirmam que fatores como o aumento da expectativa de vida, o envelhecimento da população, melhoria da qualidade de vida e a facilidade de casar de novo têm tornado a paternidade tardia comum.

Não existem dados oficiais a respeito, já que o Censo só investiga a maternidade.

O administrador Claudio Ramos, 59, que teve o quarto filho há dois anos. Ele começou a tomar vitaminas e a fazer check-up todo ano, passou a trabalhar em casa e até abraçou o sonho de fazer teatro.

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  Quando me casei pela segunda vez, já tinha em mente que teria outro filho porque ela não tinha nenhum. Eu queria ter dois.

Na época, ela tinha outros objetivos. Ficamos 12 anos casados sem filhos. Decidimos ter quando ela fez 40 anos. Não dava mais pra adiar porque o risco já era grande. Deu tudo certo, nasceu um menino lindo, o Nicholas.

Quando vi aquela coisinha pequenininha e indefesa pensei: estou com 57 anos, e agora?

No meu círculo de relacionamento só conheci uma pessoa que teve filho com mais de 50 anos e ele faleceu aos 56, deixando os dois filhos. É o risco de ter filhos mais tarde, deixar uma criança órfã por aí. Por isso comecei a me cuidar muito: a responsabilidade aumentou.

Estou com uma vida mais ajustada, tenho muito mais tempo para o meu filho. Com certeza sou um pai mais presente.

Eu trabalhava 12 horas por dia numa multinacional, chegava em casa morto de cansado, no fim de semana só queria descansar. Perdi muitas oportunidades de curtir meus filhos, mas a gente só percebe isso depois que passa.

Agora trabalho em casa. Paro, ele me chama pra brincar, jogo um pouquinho com ele, depois volto.

No dia a dia não falta energia. Mas nos passeios ficar correndo atrás dele realmente cansa, porque ele não para!

Eu sentia falta de ver um filho correndo pra me abraçar me chamando de papai. Os outros (de 27, 26 e 24 anos) já estavam criados, morando longe.

Se os irmãos tiveram ciúmes, não transpareceram. Eles se adoram.

Quanto mais velho pior. Está muito difícil os pais conseguirem ter dos filhos o respeito que tínhamos dos nossos pais no passado. Tem que concorrer com TV, internet etc.

As crianças estão muito conectadas com essa tecnologia, nós vamos ficando para trás, não conseguimos mais acompanhar --e aí perdemos o respeito.

O desafio é acompanhar o crescimento do meu filho e sempre atento às informações que estão chegando até ele. Sem que ele me ache um ultrapassado.

As mesmas coisas que eu exigia dos meus filhos do primeiro casamento, exijo dele. Talvez como avô eu vá ser mais permissivo, mas enquanto pai está tudo igual. Sou mais compreensivo, porque estou mais experiente, mas não mais permissivo. Não deixo ele fazer o que quer, ponho limites.  

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