Candidata petista não comparece a evento de presidenciáveis; adversários criticam ausência e tucano diz ser vítima de dossiês A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, não compareceu a evento com presidenciáveis nesta segunda-feira e foi alvo das críticas de seus principais adversários. Para Plínio de Arruda Sampaio, do PSOL, Dilma acha que está eleita. O candidato tucano José Serra retomou o tema dos supostos dossiês, que segundo ele seriam preparados pelo comitê eleitoral da petista, e disse ser vítima de baixaria desde 2002. Já para Marina Silva, do PV, a petista acha que a estrutura partidária do PT vai garantir a sua eleição.
Marina, Serra e Plínio foram sabatinados durante evento da Confederação das Associações Comerciais e Empresarias do Brasil, realizado no Memorial da América Latina, na Zona Oeste da capital paulista. Michel Temer, presidente do PMDB e candidato a vice na chapa de Dilma, era esperado para representar a petista, mas também não compareceu. Diante de uma plateia de empresários, os candidatos responderam a perguntas sobre reforma tributária, geração de emprego, educação, saúde e reforma agrária. Eles também receberam um caderno de 300 páginas com propostas e estudos sobre a situação de cada um dos ministérios do atual governo.
Na saída do evento, em entrevista à imprensa, Serra qualificou de baixaria a prática de dossiês. Como se vê, o que não falta em cima de mim é dossiê fajuto, afirmou. De acordo com o candidato, ele foi vítima de dossiês na campanha presidencial em 2002, duas vezes em 2006, quando foi eleito governador de São Paulo, e agora em 2010.
O tucano também aproveitou para alfinetar o PT com a ausência de Dilma. "Normal (a ausência). O PT tem evitado ao máximo debater e se expor", disse Serra.
Durante a sabatina, Serra voltou a criticar a política econômica do governo federal, apontando para os juros altos, a elevada carga tributária e a política de comércio exterior. Quando foi questionado sobre aumento salarial para o servidor público, ele citou o caso dos servidores da educação no Estado de São Paulo. Segundo Serra, será necessário estabelecer metas no País e oferecer bônus salariais para os funcionários que cumprirem ou ultrapassarem as metas.
Antes de Serra, foi a vez de Marina Silva ser sabatinada. Ela defendeu uma reforma ampla do sistema político brasileiro como instrumento de combate à corrupção. "O combate à corrupção passa previamente por uma combinação de seres humanos virtuosos. É fundamental que o Tribunal de Contas tenha segurança para trabalhar e tenha uma série de propostas para aperfeiçoar seu plano de ação, disse Marina.
Como se espera de um evento com empresários, a reforma tributária esteve no centro dos debates. Para a candidata do PV, a reforma que o Brasil precisa é de justiça com os Estados, simplificação e transparência. Porém, a presidenciável verde defende uma reforma política ampla antes para que uma modernização tributária aconteça no País.
É preciso trabalhar agora nas eleições para que as pessoas elejam as pessoas que estão comprometidas em realizar essas reformas, inclusive a da Previdência. As reformas começam na hora de escolher o deputado, o senador, o governador e o presidente da República, argumentou.
O primeiro candidato a ser sabatinado foi Plínio de Arruda Sampaio. Ele arrancou aplausos da plateia ao defender o sistema único de Previdência Social. Sou um latifundiário no sistema de previdência. O duplo sistema é errado. Temos que ser coerentes. Não haverá igualdade sem um sistema único, afirmou. O candidato socialista também propôs a criação de um sistema que desonere os produtos da cesta básica, mas que aumente os impostos para os donos das grandes fortunas.
O presidente da Associação Comercial, Alencar Burti, também criticou a ausência de Dilma Rousseff no evento desta segunda-feira. Segundo ele, a candidata do PT teve uma atitude preconceituosa com os empresários que faziam parte do evento. Talvez ela tenha achado que encontraria aqui um ambiente hostil. As opiniões e convicções têm que fazer parte do debate. Você tem que dar todo o direito para que as pessoas venham e exponham seu ponto de vista, disse Burti.
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