Vai ao ar na noite desta segunda (25), na TV Record, o nono debate presidencial da sucessão de 2010.
Na quinta (28), a Globo veicula o décimo. Haveria outro, no SBT. Mas Dilma Rousseff refugou.
Para as coordenações das campanhas, esses dois derradeiros "confrontos" são, entre todos, os mais delicados.
Menos pelos votos que podem render e mais pelos problemas que eventuais deslizes podem causar.
Assim, Dilma e José Serra vão aos holofotes pisando em ovos, como se diz.
Até aqui, a dupla fez o que dela esperava a marquetagem.
Nos oito debates já realizados quatro no primeiro turno e dois no segundo - confirmou-se, em essência, o que já se tornou praxe.
Amarrados pelas regras impostas pelas assessorias das campanhas, os debates mais confundem do que esclarecem o eleitorado.
Resultam, invariavelmente, numa espécie de empate. A participação de jornalistas, quando autorizada, vem desacompanhada do direito à réplica.
A inibição do contraditório termina por tornar repórteres em figurantes. No caso do debate desta noite, nem esse pedaço da pantomima haverá.
As regras acertadas pelos comitês com a Record não prevêem senão os questionamentos de candidato para candidato. Nada de jornalistas.
Ao longo de duas horas, cada um fará cinco perguntas ao outro - com réplica e tréplica.
Considerando-se os embates anteriores, Dilma e Serra formularão "perguntas" assim, entre aspas.
Não serão questões genuínas, mas degraus que servirão, na réplica e na tréplica, para o autoelogio ou o ataque ao antagonista.
A essa altura, cada oponente já desenvolveu "vacinas" contra o veneno do rival.
Por exemplo: Contra Erenice Guerra, Dilma Rousseff ataca de Paulo Preto. Diz que a PF investiga a Casa Civil. E o governo paulista dá refresco ao ex-diretor da Dersa.
Em resposta aos ataques à gestão FHC, Serra evoca os elogios que Antonio Palocci, coordenador de Dilma, fez à polícia econômica da era tucana.
Privatizações? Serra lembra os elogios que a própria Dilma fez ao resultado da venda das telefônicas.
Se Dilma vem de Petrobras e pré-sal, Serra saca uma antiga entrevista do presidente do PT, na qual jogou confetes sobre o modelo de concessões adotado sob FHC.
O debate desta segunda preocupa menos que o da quinta. Imagina-se que será baixa a audiência da Record. Para complicar, a coisa será exibida na hora do sono: onze da noite.
Na Globo, além de a platéia ser maior, haverá o inconveniente da proximidade com as urnas. A três dias da eleição, é sempre mais difícil consertar um eventual escorregão.
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