Não vamos concordar com CPI para investigar Transportes, diz Jucá

Não vamos concordar com CPI para investigar Transportes, diz Jucá

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:35

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou nesta terça (5) que a base governista não vai permitir que uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) seja instalada para investigar as denúncias de fraude no Ministério dos Transportes. Para Jucá, a CPI é apenas uma forma de a oposição fazer embate político.

"A CPI é uma tentativa da oposição de fazer um embate político e não vamos concordar com isso até porque o ministro virá ao Senado, à Câmara, há uma investigação aberta, a CGU está investigando também e o governo tem toda predisposição de investigar até o limite. Portando, não há necessidade de CPI", afirmou Jucá.

Jucá lembrou ainda que o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, decidiu esclarecer os fatos ao Congresso. "Ele virá ao Congresso, essa foi uma posição do governo. O governo está transparente nessa questão, determinou investigação. Portanto, o ministro virá tanto no Senado como na Câmara e vai poder prestar todas as informações. O ministro determinou todas as providências internas e a CGU vai fazer as investigações e nada impede que outros órgãos de controle posso fazer a investigação também. Haverá uma investigação paralela", disse.

Pressões da oposição

Nesta segunda, o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), pediu o afastamento de Nascimento do cargo e anunciou uma série de medidas para apurar o caso. “A obrigação é de saber e de ver o que acontece no ministério. Se não sabe e não vê, não tem condições de ser ministro. Acho que ele próprio [Nascimento] deveria pedir o afastamento até a conclusão das investigações, para que os fatos sejam esclarecidos de forma cabal e definitiva”, disse o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), nesta manhã.

Após denúncias de superfaturamento em obras públicas apontadas em reportagem da revista "Veja", o governo decidiu afastar a cúpula do Ministério dos Transportes e abrir sindicância para apurar o caso. Em nota, Nascimento negou que tenha sido "conivente" com supostas irregularidades ocorridas no ministério.

"O Ministro de Estado dos Transportes, Alfredo Nascimento, rechaça, com veemência, qualquer ilação ou relato de que tenha autorizado, endossado ou sido conivente com a prática de quaisquer ato político-partidário envolvendo ações e projetos do Ministério dos Transportes", disse.

CPI

A retomada de denúncias de superfaturamento no Ministério do Transportes ainda fez com que a oposição no Senado retomasse a tentativa de abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as fraudes na pasta. O PSDB já elaborou requerimento para tentar colher as 27 assinaturas necessárias à abertura da comissão.

No ano passado, a oposição lutou até os últimos dias da legislatura para fazer com que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), fizesse a leitura do requerimento e determinasse o início dos trabalhos da CPI para investigar o Dnit. Como o requerimento permaneceu engavetado, a comissão foi arquivada junto com o final da legislatura.

Representação

O líder do PSDB anunciou que a oposição irá protocolar representação na Procuradoria Geral da República (PGR) para que o procurador-geral, Roberto Gurgel, solicite a abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) a fim de investigar o ministro dos Transportes.

“Estamos preparando uma representação ao procurador-geral da República porque achamos importante judicializar o fato. O Ministério Público é o caminho para a responsabilização civil e criminal dos envolvidos”, justificou Dias.

A reportagem de "Veja" relata que representantes do PR, partido ao qual pertence o ministro Alfredo Nascimento e a maior parte da cúpula do ministério, funcionários da pasta e de órgãos vinculados teriam montado um esquema de superfaturamento de obras e recebimento de propina por meio de empreiteiras. Em nota, o PR defendeu uma sindicância no Ministério dos Transportes.

O líder do PSDB não poupou a presidente Dilma Rousseff que, na avaliação dele, teria a obrigação de conhecer os fatos denunciados pela revista: “Quem se elege presidente da República, se elege para saber e para ver o que acontece no governo. Não para não saber e não ver nada.”

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