Após criticar o atraso das obras para a Copa 2014 e Olimpíada 2016 no Brasil, durante entrevista à Rádio Tupi, no Rio de Janeiro, o candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra, afirmou nesta quinta-feira (15) ser a favor da privatização dos aeroportos como um meio de preparar o país para grandes eventos.
Tem que fazer, sim, concessões das obras em vários aeroportos para fazer terminais, para fazer novas pistas. Aí, sim, a iniciativa privada pode entrar e fazer as coisas andarem mais rapidamente. Fazer um terminal é uma coisa que a iniciativa privada faz bem e ainda paga o governo por isso, afirmou.
Em maio, também durante uma visita ao Rio para uma entrevista à mesma emissora, Serra descartou a venda de empresas estatais como o Banco do Brasil e os Correios.
Mercosul e União Europeia
Durante a tarde, o presidenciável e seu vice, Índio da Costa (DEM), tiveram um encontro com o presidente da Comissão Europeia, o português José Manuel Barroso, com quem conversaram sobre a parceria entre o Mercosul e a União Europeia.
Crítico do Mercosul, Serra defendeu a flexibilização das regras do bloco, para que o Brasil possa negociar isoladamente com a União Européia.
Em 2004 estivemos muito perto de um entendimento, que não aconteceu por problemas do Mercosul. Menos pela vontade do Brasil e da União Européia, mais pela Argentina, disse Serra, que se mostrou otimista com o avanço dos entendimentos entre o país e o bloco europeu.
O candidato defendeu que haja uma negociação com os países do bloco sem mexer no tratado assinado. O Brasil tem condições de avançar muito mais sozinho nas negociações com a União Europeia do que os outros parceiros do Mercosul, disse o candidato.
O discurso do presidenciável tucano agradou Barroso. A União Europeia é o primeiro mercado do Brasil. Há mais investimentos aqui do que na Rússia, China e Índia juntos, falou.
Achamos essencial uma negociação entre Mercosul e União Européia, mas é preciso encontrar um acordo equilibrado, disse Barroso.
Política econômica
O tucano criticou a política comercial brasileira, que, segundo ele, só firmou um tratado nos últimos anos, com Israel, país de economia inexpressiva em âmbito mundial.
O Brasil avançou na política, mas precisa avançar na economia. Houve estratégias equivocadas, como em relação à China. Com isso, o país ficou inibido de adotar medidas de defesa contra as práticas desleais dos chineses no mercado mundial, afirmou.O presidenciável ainda criticou a aproximação do Brasil com o Irã, afirmando que o país do Oriente Médio tem intenção de construir bombas nucleares. "O Irã é uma região-problema, o que não ajuda o desenvolvimento da paz em escala mundial", disse Serra. O candidato afirmou que, caso eleito, sua política externa será baseada em respeito à autodeterminação dos povos, direitos humanos e uma política de comércio exterior mais agressiva. Concursos públicos
No fim da tarde, Serra teve um encontro com os diretores do jornal Folha Dirigida, no centro do Rio, onde o candidato voltou a defender os concursos públicos.
É preciso que haja uma regulamentação nacional que lide com a questão da distância entre o lançamento do edital e a aplicação da prova, disse Serra, acrescentando ser necessária transparência em relação às regras e aos critérios dos concursos.
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