No segundo dia de aulas, escola em Realengo deve receber mil alunos

No segundo dia de aulas, escola em Realengo deve receber mil alunos

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:47

Cerca de mil crianças e adolescentes devem comparecer nesta terça-feira (19) à Escola municipal Tasso da Silveira , em Realengo, na Zona Oeste do Rio. Doze dias após a tragédia que deixou 12 crianças mortas, professores e estudantes se encontram em dois turnos para participarem de atividades culturais e de adaptação.

“Serão dois turnos com horários reduzidos. O turno da manhã começa às 8h e vai até as 11h. Já o da tarde se inicia às 14h e vai até as 17h. Todos os alunos foram convocados e devemos permanecer nesse esquema de turnos reduzidos até amanhã”, afirmou o diretor da escola, Luís Marduk.     A aluna Ísis Venserval, de 11 anos, foi acompanhada da mãe Jaqueline e do irmão Herus para mais um dia de atividades na escola após o massacre. “Eu tinha que voltar a estudar aqui. Se a gente fosse para outra escola, poderia acontecer lá também”, disse.

Mais cedo, muitas mães deixavam seus filhos na porta da escola e esperavam por alguns minutos do lado de fora. “Minha filha está angustiada, prefiro ficar aqui fora um pouco, esperando caso ela queira sair e voltar pra casa. O psicólogo esteve na minha casa e pediu que eu ligasse se notasse algo diferente, mas ela está bem, só não dorme direito”, contou a dona de casa Sheila.

Primeiro dia de atividades

Na segunda (18), os alunos deixaram com otimismo a escola. No primeiro dia de atividades após o massacre do dia 7 de abril, os estudantes chegaram por volta das 13h e saíram às 15h30.

Estudantes se abraçam no retorno à Escola Tasso da Silveira, nesta segunda (18) (Foto: Fabio Motta/AE)

  "Tem que voltar. No começo eu não queria, tive medo. Mas a gente é aluno da escola, tem que dar a maior força. É difícil passar o que passamos, vi amigos mortos. Mas temos que nos unir agora", falou Giovanna Mesquita, de 14 anos.

Segundo o relato dos adolescentes do 9º ano, os alunos foram separados em grupos. Alguns desenharam e outros escreveram em um muro no pátio da escola. As salas onde ocorreram os ataques estão fechadas, mas, segundo o diretor da escola, Luis Marduk, alguns quiseram subir até as salas.

Desenho de crianças na escola (Foto: Reprodução)

  O muro foi coberto de borboletas, pássaros, o Cristo Redentor, flores e palavras como "paz", "esperança" e "amor", de acordo com os estudantes.

O desenho ao lado foi enviado ao G1 pelo aluno Lucas Marques de Oliveira.

"Foi alegre, animado. Os professores fizeram brincadeiras, nos abracaram muito", falou Edlayne da Silva, 15 anos.

Segundo a direção do colégio, dos 140 alunos previstos para ir à escola em Realengo, nesta segunda-feira (18), 74 compareceram. E outros oito, de outras turmas, foram até a escola espontaneamente.

Postos médico e psicológico

Na segunda-feira (18), a secretária municipal de Educação do Rio, Cláudia Costin, se reuniu com os professores para ouvir e atender a reivindicação dos pais dos alunos. Após a reunião, ela anunciou que vai criar uma sala de pronto atendimento médico - com enfermeiro e serviços de primeiros socorros - e outra de atendimento psicológico permanentes.

Além disso, a secretária se comprometeu a pedir para que dois inspetores da Guarda Municipal auxiliem na segurança da escola. Ela enfatizou ainda que vai incluir a unidade no programa Saúde nas Escolas, que oferece serviços de atendimento dentário e oftalmológico para os alunos. Também serão incrementados programas que garantam mais atividades de artes, esportes e de reforço escolar.      

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