Apesar da rebelião no PMDB que causou a troca na liderença do governo e a decisão do PR em sair da base aliada, a "nova oposição" no Senado ainda precisa passar por um teste importante: a assinatura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito contra o governo
As insatisfações da base aliada ao governo no Senado vão ser medidas pela adesão ou não a uma proposta de abertura de CPI sobre irregularidades na Casa da Moeda, órgão vinculado ao Ministério da Fazenda.
O PSDB estuda apresentar um requerimento de criação de CPI cujas investigações têm potencial para atingir o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Os tucanos, no entanto, duvidam que contarão com o apoio do PR e dos rebeldes do PMDB para a empreitada.
No fim de janeiro deste ano, o então presidente da Casa da Moeda, Luiz Fernando Denucci, foi demitido do cargo após a suspeita de haver cobrança de propina no órgão. Mantega teria sido avisado das irregularidades antes, mas só o demitiu após o caso chegar à imprensa.
Nesta quarta-feira, logo após anunciar que o PR do Senado saiu da base aliada, o presidente da legenda, senador Alfredo Nascimento (AM), questionou ao tucano Flexa Ribeiro (PA): “Onde é que eu assino (o requerimento para CPI)”.
O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), afirmou que é preciso esperar a consolidação do PR como oposição para começar a coletar assinaturas. “Temos de aguardar. Muitas vezes ameaças nem sempre se confirmam”, afirmou o tucano.
Sem vocação para se opor
Composta por sete senadores, a bancada do PR no Senado anunciou que deixou a base governista. O líder do partido na Casa, Blairo Maggi (MT), afirmou: “Estamos na oposição neste momento. Essa é uma decisão da bancada”.
Maggi, porém ,disse que “quando o governo achar que nós somos importantes, é só nos chamar”. “Não vou fechar as portas”. Questionado especificamente se ele toparia assinar uma CPI contra Mantega, Maggi declarou.
“Eu, pessoalmente, não (assinaria)”.
Líder do PR até o começo deste ano, o senador Magno Malta (ES), um dos congressistas mais críticos ao governo atualmente, admitiu: “O PR não tem vocação para oposição porque não sabe fazer oposição”.
Apesar das dúvidas sobre o nível oposicionista do PR, o novo líder do governo no Senado, Eduardo Braga (AM), foi chamado às pressas no Palácio do Planalto para explicar as últimas movimentações no Senado.
No começo da tarde, o PMDB reuniu-se e decidiu que lutará pela unidade do partido. Nos bastidores, porém, o grupo rebelde defende que o partido cobre de Braga as pendências existentes.
Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia
O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições